Com cerca de 3 metros de comprimento e quase duas toneladas de peso, é espantoso como é que esta nova espécie de peixe-lua gigante só agora foi descoberta.
Este peixe-lua ilusionista, assim baptizado por ter andado “escondido” durante séculos, é nativo do Oceano Pacífico e foi descoberto pela bióloga marinha Marianne Nyegaard, da Universidade Murdoch, em Perth, na Austrália.
A investigadora começou a analisar amostras de ADN de peixes-lua para a sua tese, em 2013. Na altura, havia apenas três espécies conhecidas, mas as suas análises indiciaram que poderia haver uma quarta, explica a Universidade Murdoch em comunicado.
Marianne Nyegaard passou os quatro anos seguintes a viajar pelos mares em busca dessa nova espécie enigmática.
“Encontrar este peixe e armazenar espécimes para estudos é um pesadelo logístico devido à sua natureza elusiva e ao enorme tamanho, por isso a pesquisa do peixe-lua é difícil”, constata a investigadora citada pela Universidade, admitindo também que foi uma “aventura desafiante, mas fantástica“.
Baptizada Mola tecta ou peixe-lua ilusionista, a nova espécie encontra-se nas águas da Nova Zelândia, ao longo da costa sudeste da Austrália e no mar da África do Sul e do sul do Chile, explico o artigo publicado no Zoological Journal of the Linnean Society.
A espécie é parecida com as Mola mola e Mola ramsayi, mas sem as protuberâncias, inchaços e saliências que surgem na cabeça destas.
“A sua barbatana traseira está separada numa parte superior e noutra inferior, com um pequeno pedaço de pele flexível que denominamos de “dobra traseira”, a ligar as partes”, explica Marianne Nyegaard num artigo no The Conversation, onde conta a sua “aventura” científica.
A investigadora divulga no artigo um vídeo feito em águas chilenas que mostra o peixe-lua ilusionista, mas que é indevidamente identificado como a espécie Mola mola que pode ser vista no Oceanário de Lisboa.
“Esta nova espécie é a primeira adição ao género Mola em 130 anos“, acrescenta ainda Marianne Nyegaard.
A investigadora revela que o processo de confirmação de que se trata mesmo de uma nova espécie levou os investigadores a consultar publicações que reportam aos anos de 1950, “algumas das quais incluíam descrições de tritões e monstros marinhos fantásticos”.