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Descoberta genética pode ajudar a salvar gatos com problemas cardíacos

Uma equipa de veterinários descobriu que o ADN de um gato altera a forma como este responde a um medicamento que pode salvar a sua vida em caso de cardiomiopatia hipertrófica, ou CMH, uma doença cardíaca que afeta 1 em cada 7 gatos.

A cardiomiopatia hipertrófica é composta por um conjunto de doenças cardíacas em que as paredes dos ventrículos (as duas câmaras inferiores do coração) se tornam espessas e rígidas.

Também nos gatos, a CMH faz com que os seus músculos cardíacos fiquem mais espessos. À medida que a condição piora, os felinos podem formar coágulos sanguíneos no coração que podem se desalojar e causar dor extrema, angústia e até morte súbita.

Nestes casos, o Clopidogrel é um dos medicamentos mais prescritos para prevenir coágulos sanguíneos em gatos com CMH.

Contudo, surgiu uma preocupação: “Estávamos constantemente a observar gatos que, apesar de estarem a tomar clopidogrel, ainda estavam a formar coágulos sanguíneos”, referiu o autor principal do estudo, Josh Stern.

Esta conclusão fez com que a equipa de Stern iniciasse pesquisas para identificar mutações que pareciam importantes. Os dados mostraram que quase 20% dos gatos apresentaram resistência à terapia de clopidogrel, amplamente utilizada por médicos em todo o mundo.

“Este estudo serviu para descobrir por que razão alguns gatos não respondiam como esperado à terapia com clopidogrel e acabou por nos conduzir a uma prescrição mais eficaz”, revelou Stern.

Os investigadores, escreve o EurekAlert, começaram por realizar um ensaio clínico em gatos com CMH, seno que este passava por administrar clopidogrel aos animais durante 14 dias, testando-os posteriormente.

Desta forma, a equipa conseguiu perceber se as mutações genéticas que identificaram eram responsáveis ​​pela redução da eficácia do medicamento.

“O resultado final é a capacidade de usar um teste genético simples para tomar uma decisão informada sobre qual terapia medicamentosa pode ser a melhor para prevenir coágulos sanguíneos em gatos com CMH”, disse Stern.

Embora testes como este ainda não estejam disponíveis comercialmente, os especialistas esperam que, eventualmente, os veterinários sejam capazes de testar rapidamente gatos com CMH para essas mutações, enquanto estão a tomar decisões de prescrição.

“Estamos muito entusiasmados por nos aproximarmos desta era em que a medicina personalizada ou de precisão em animais pode alcançar a medicina de precisão em humanos”, afirmou o co-autor Ronald Li.

“Assim como não podemos esperar que todos os humanos respondam à medicação da mesma maneira, também não podemos esperar que todos os gatos respondam da mesma maneira”, acrescentou.

O estudo foi publicado na revista Scientific Reports.

ZAP //

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