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Redes sociais: o “desafio do desodorizante” está a matar jovens

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A proposta é borrifar desodorizante num saco plástico e tentar inalar a maior quantidade possível.

O “desafio do desodorizante” é mais uma tendência perigosa das redes sociais.

Não é novo. O primeiro vídeo registado sobre o assunto é de 2016, quando um jovem youtuber deixou a proposta aos seus seguidores.

O desafio é o seguinte: borrifar desodorizante num saco plástico e tentar inalar a maior quantidade possível. No próprio vídeo de apresentação, o jovem fica algo atordoado mas repete o processo.

A maioria dos desodorizantes é fabricada com substâncias químicas. E qualquer inalante com compostos químicos pode originar quadros graves ou mesmo mortes.

Pode originar perda de consciência, insuficiência cardíaca e paralisia respiratória. Casos graves podem ser fatais ou causar danos cerebrais permanentes.

Porque a substância química chega logo ao pulmão, entra depois da corrente sanguínea, no coração. Isso pode provocar arritmia cardíaca e, se o sangue deixa de ser bombeado durante três ou cinco minutos, há danos cerebrais ou mesmo falecimento.

Na Alemanha isso já está a acontecer. As mortes de jovens na Alemanha estão agora a ser associadas ao “desafio do desodorizante”, avisa o jornal Welt.

O alerta foi dado pelo Instituto Federal de Avaliação de Riscos, que deixa o alerta: a imitação do vídeo não é recomendada, independentemente da idade, e aquele desafio é extremamente perigoso para a saúde e pode ser fatal.

Mesmo outra variante do desafio, que passa por colocar desodorizante na pele (mas em quantidade exagerada), é muito perigosa: a temperatura da pela pode cair até aos 30 graus abaixo de zero em poucos segundos. Também aqui há risco de morte, ou no mínimo de danos graves.

Se uma substância muito fria entrar em contacto com a pele, a água nas células afectadas da pele congela. Formam-se cristais de gelo, que fazem com que as proteínas desta zona se desnaturem, ou seja, alterem a sua estrutura e, portanto, deixem de ser capazes de desempenhar a sua função, explica o Instituto Federal de Avaliação de Riscos da Alemanha.

Os receptores de dor na pele deixam de funcionar, o que significa que os sinais de dor já não podem ser transmitidos ao cérebro, pelo que a pulverização continua sem dor aparente, mesmo que já possa haver danos massivos na pele.

ZAP //

5 Comments

  1. Sugiro que jovens e não jovens, youtubers ou não, que façam sugestões deste teor nas redes sociais, sejam criminalizados, e portanto responsabilizados pelos danos que causam a terceiros.
    A liberdade que qualquer um tem para estar nas redes sociais, deveria implicar responsabilidade no que nelas publica.

  2. Apoiado. Estas pessoas devem ser responsabilizadas solidáriamente por aquilo que incentivam.
    Se sendo influencer recebem beneficios económicos também devem responder criminalmente por aquilo que levam a que 3.º menos bem psicologicamente façam…

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