Depressão na universidade: “Os futuros engenheiros também ficam tristes”

Marcos Santos / USP

Tristeza, depressão, irritação e nervosismo são sintomas que afectam frequentemente os alunos da Universidade de Lisboa. Apenas 15,6% fumam.

A saúde mental e as rotinas de estudantes voltaram a ser o foco de um estudo, nesta vez no Saúde e estilos de vida dos estudantes universitários à entrada da universidade.

A análise foi realizada a mais de 1.100 estudantes do primeiro ano de 17 faculdades e institutos da Universidade de Lisboa. Praticamente um em cada cinco inquiridos estuda no Instituto Superior Técnico.

No geral, a análise mostra que tristeza, depressão, irritação e nervosismo são sintomas que afectam frequentemente os alunos da Universidade de Lisboa.

De acordo com os dados divulgados no jornal Público, 65,9% sentem tristeza e depressão pelo menos uma vez por mês. No mesmo período, 73,2% ficam irritados e 67,7% nervosos.

Passando para outra frequência, 20,4% admitiram que se sentem nervosos quase todos os dias, enquanto 12,9% estão tristes e deprimidos diariamente.

Outro número relevante: 24,5% admitiram que têm uma “preocupação intensa que não os larga e não os deixa ter calma para pensar em mais nada”.

Apesar destas confissões, os mesmos alunos não procuram ajuda profissional. Apenas um em cada cinco inquiridos já esteve num consultório de psicologia.

O estudo contou com a psicóloga Margarida Gaspar de Matos, que comentou: “Os futuros engenheiros não são reconhecidos globalmente por terem mais sintomas de mal-estar psicológico, mas é muito natural que haja estes sentimentos de irritação, nervosismo, preocupação e tristeza”.

“Foram (e ainda são) tempos difíceis, onde, contrariamente à elevada expectativa de entrar na faculdade e gerir melhor o seu futuro e autonomia, eles encontraram uma cidade fechada, uma faculdade fechada”, explicou a psicóloga.

No entanto, mais de metade dos inquiridos respondeu que estão satisfeitos com a vida que têm.

E o consumo de álcool, segundo o mesmo estudo, só chega a menos de metade (48,8%) dos alunos. O tabaco é ainda menos frequente: apenas 15,6% fumam.

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

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