Uma estranha deformação na crosta da Terra está a rasgar África ao meio. Já temos uma explicação

Uma nova pesquisa aponta que a Superpluma Africana será a responsável pelo Grande Vale do Rift, a enorme fenda continente que vai dividir o continente africano em dois.

O Grande Vale do Rift é a maior fenda continental na Terra e há muito tempo que é um mistério para os geólogos. Um novo estudo publicado na Journal of Geophysical Research: Solid Earth pode ter descoberto a sua explicação.

As fendas são causadas pelo afastamento das placas tectónicas, que leva a que a litosfera — que inclui a crosta e o manto superior — se estique e comece a separar. Isto causa deformações na superfície, geralmente perpendiculares ao movimento das placas.

Mas este não é o caso no Grande Vale do Rift, onde as deformações tanto são perpendiculares como paralelas aos movimentos das placas, como se a fenda estivesse a ser puxada em várias direções ao mesmo tempo.

A nova pesquisa baseou-se em modelos 3D que indicam que esta deformação paralela resulta da Superpluma Africana, uma ressurgência do manto quente das profundezas do nosso planeta, que leva o calor até à superfície.

Esta ressurgência de rocha parcialmente derretida estende-se do sudoeste ao nordeste da África, tornando-se mais rasa ao longo do caminho e moldando o fluxo do manto abaixo, escreve o Science Alert.

A mesma Superpluma Africana é provavelmente responsável por parte da anisotropia sísmica – alinhamento de rochas numa determinada direção em resposta a forças geológicas no manto – que ocorre por baixo do Grande Vale, conforme já foi observado anteriormente pelos investigadores noutro estudo.

O estudo anterior analisou a mistura de forças que podem estar em ação na fenda. Estas incluem as forças de flutuação litosféricas mais rasas (forças ascendentes impulsionadas pelo facto de que a litosfera é menos densa do que a do manto) e as forças de tração do manto mais profundas (causadas pelo movimento do material no manto)

O Grande Vale do Rift estende-se ao longo de 6400 quilómetros e os cientistas acreditam que, ao longo de milhões de anos, dividirá a África em dois continentes, com um novo oceano no meio.

ZAP //

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