Novas missões da Agência Espacial Europeia podem desvendar mais detalhes ou até novas luas nas proximidades de Júpiter.
Pode parecer uma competição improvável, mas a verdade é que a luta pelo posto de planeta com mais luas está a aquecer. Depois de, em 2019, ter perdido a liderança para Saturno, conhecido pelos seus anéis, Júpiter reassumiu o topo da tabela após os cientistas terem descoberto 12 novas luas a orbitar o gigante, o que eleva o seu total para 92 — Saturno tem 83.
A descoberta destas luas aconteceu inicialmente em 2021 e 2022, com recurso a telescópios localizados no Hawai e no Chile, com sucessivas observações a confirmarem a sua existência.
De acordo com Scott Sheppard, membro da equipa do Carnegie Institution, as luas descobertas variam entre 1 e 3 quilómetros de diâmetro de tamanho. “Espero que possamos ter uma imagem em close-up destas luas num futuro próximo para que possamos determinar as suas origens“, prosseguiu o investigador.
Estes desejos devem tornar-se realidade num futuro próximo, já que nos planos da Agência Europeia para o Espaço consta o lançamento da missão Jupiter Icy moons Explorer (JUICE), em abril. A missão lançará um dos últimos foguetes Ariane 5. A estrutura deverá explorar as suas luas geladas Europa, Calisto, e Ganímedes.
Face às novas descobertas, a missão JUICE, que vai vaguear pelo Espaço ao longo de sete anos antes de chegar ao seu destino final, terá novos pontos de interesse. A Agência Europeia para o Espaço parece definitivamente apostada em escrutinar estas luas, já que também anunciou uma nova missão, a Europa Clipper, para explorar a lua gelada Europa, que alguns cientistas acreditam poder albergar formas de vida microbiana.
Mas o mais provável é que o número de luas de Júpiter não se fique por aqui, pelo menos esta é a sensação de Scott Sheppard, que conta com um longo histórico de descoberta de luas nas redondezas de Júpiter e Saturno.
Tal como destaca o site Science Alert, acredita-se que as luas de Júpiter e Saturno tenham sido formadas por colisões de luas antigas de maiores dimensões ou choques entre asteroides e os dois planetas. Desde a formação do sistema solar, o planeta Júpiter tem funcionado como escudo protetor da Terra, já que, estima-se, sofreu muitas mais colisões devido ao seu tamanho e, como consequência, um campo gravitacional mais forte.