De boca tapada, mas braçadeira LGBT+. Seleção alemã protesta contra regras da FIFA

EPA/Friedemann Vogel

Seleção Alemã de Futebol

Manuel Neuer também usou no seu braço direito uma das braçadeiras banidas pela FIFA.

Num Mundial que tem tido mais histórias fora de campo do que dentro dele, o dia de hoje marcará certamente um novo capítulo. Após várias seleções europeias terem dado um passo atrás na decisão de envergarem uma braçadeira aos direitos LGBT+, na sequência de um aviso da FIFA de que os capitães começariam as partidas com um cartão amarelo, a seleção alemã, em tom de protesto, “posou” para as fotografias com a boca tapada, numa clara alusão ao que entendem ser uma censura por parte do organismo que tutela o futebol mundial.

Para além do gesto, o guarda-redes Manuel Neuer também usou no seu braço direito uma das braçadeiras banidas pela FIFA, com a mensagem One Love, novamente uma referência ao movimento LGBT+.

Ainda antes da seleção ter entrado em campo, o assunto já tinha virado tema político  na Alemanha, com vários governantes a mostrarem publicamente o seu apoio aos jogadores no Qatar. “Não sou o assessor de imprensa da Federação Alemã e não sou Manuel Neuer, mas a oportunidade está lá. Sou um político a tentar fazer o meu trabalho corretamente, mas o que aconteceria se eles o fizessem? Eu gostaria de saber e arriscaria”, declarou o vice chanceler alemão.

Também Nancy Faeser, ministra do Interior da Alemanha, em Doha para assistir à estreia da mannschaft no Mundial, declarou-se contra a postura da FIFA , acusando-a de estar a cometer um “erro gravíssimo“.

“Isto não está correto, como as federações estão a ser pressionadas. Estas não eram as garantias de segurança que eu tinha recebido do ministro do Interior [do Qatar]. Nos tempos atuais, é incompreensível que a FIFA não queira que as pessoas se oponham abertamente à tolerância e à discriminação. Não se enquadra no nosso tempo e não é apropriado para as pessoas“.

ZAP //

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