A contratação de Darwin Núñez ao Almería está por um fio e a apresentação do jogador foi adiada devido a divergências entre os clubes envolvidos e a uma exigência de última hora do empresário do jogador.
A notícia foi avançada pelo jornal desportivo A BOLA. A apresentação formal do uruguaio estava prevista acontecer esta quinta-feira, à tarde, no centro de estágio do Seixal. O jogador deverá ser apresentado hoje, afiança o SL Benfica.
O atraso é justificado por uma divergência relativa ao Mecanismo de Solidariedade da FIFA obriga ao pagamento de verba a rondar um milhão de euros. Normalmente, este valor é assumido pelo clube vendedor, mas o Almería reclamava que a responsabilidade pertencia aos benfiquistas.
O negócio ficou fixado nos 24 milhões de euros, mas caso o emblema da Luz tenha de pagar ao Peñarol e ao Carbonero, os dois clubes da formação do avançado de 21 anos, o acordo será feito por 25 milhões de euros. O Almería fica ainda com uma cláusula de 20% da próxima transferência de Núñez.
Por sua vez, o jornal Record oferece outra justificação para a demora em selar o acordo. Em causa estarão exigências de última hora do empresário do atleta, Edgardo Lasalvia, que solicitou uma comissão superior aos 10% normalmente cobrados. Assim, o agente do jogador quer mais do que os 2,4 milhões de euros previstos.
Os dirigentes encarnados acreditam que este entrave de última hora poderá ser ultrapassado com bom senso, escreve o diário desportivo.
Outro dos aspetos que está a gerar polémica é o envolvimento de Paulo Gonçalves no negócio. O ex-assessor jurídico da SAD benfiquista foi um dos emissários enviados pelo Benfica para entrar em conversações com o jogador, clube e agente.
Em declarações ao MaisFutebol, Paulo Gonçalves confirmou o seu envolvimento. “Confirmo que apresentei o jogador, com o seu empresário, na época passada. Fui informado, já esta época, pelo empresário do Darwin, que o Benfica estava interessado no jogador e que o Benfica contactou diretamente o Almería. Confirmo que represento os interesses do jogador e do empresário”, explicou.
Em reação, João Noronha Lopes, candidato às eleições presidenciais do Benfica, falou numa “coincidência preocupante”.
“Passaram dois anos desde que Paulo Gonçalves deixou o departamento jurídico da SAD para preparar a sua defesa. Mandaria o bom senso – e um mínimo de responsabilidade institucional – que os implicados neste caso optassem por conservar alguma distância nos cargos que desempenham. É por isso espantoso que os negócios do Benfica se continuem a cruzar com os de Paulo Gonçalves, quase sempre em circunstâncias que o comum dos benfiquistas é incapaz de compreender. No mínimo, é uma coincidência preocupante, e continua a causar danos reputacionais”, disse, em comunicado.
“Precisamos urgentemente de pôr fim a este ciclo e dar lugar a novos protagonistas. É o que farei”, acrescentou Noronha Lopes.