Há dadores que recusam doar medula a doentes em risco de vida

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Há pessoas inscritas no Centro Nacional de Dadores de Células de Medula Óssea que quando contactadas para doar medula a pacientes em risco de vida rejeitam fazê-lo. Em 2018, houve 80 desistências registadas.

Estes dados são divulgados pelo Jornal de Notícias (JN) com base nas informações do Centro Nacional de Dadores de Células de Medula Óssea (CEDACE) que, em 2018, recebeu 1424 pedidos de activações de doações.

Do total de pedidos verificados, 432 foram interrompidos, “220 por questões de saúde, 81 porque os contactos estavam desactualizados, 80 por desistência, 27 porque os dadores foram transferidos para outro registo e 24 porque emigraram”, como cita o JN.

Dos registos não faz parte o número de familiares que se recusam a doar a medula.

Entre os desistentes, muitas vezes há receios e mitos infundados que os levam a optar por não avançar para a doação.

“As pessoas têm medo, por exemplo, de contrair SIDA durante a colheita, o que é totalmente errado”, explica ao JN a directora do Serviço de Terapia Celular do IPO [Instituto Português de Oncologia] do Porto, Susana Roncon.

Também têm medo da dor e do cansaço e há até “quem receie ficar com cancro”, algo que “não tem fundamento científico”, frisa a mesma responsável.

Muitas destas pessoas que desistem de doar medula inscrevem-se no registo nacional no âmbito de alguma campanha de solidariedade promovida para ajudar alguém. “Ajudar uma pessoa conhecida é mais fácil do que doar para um desconhecido“, acrescenta Susana Roncon.

Em 2018, o número de desistências caiu relativamente a 2017 quando se verificaram 110 casos, mas, ainda assim, são valores relevantes e com implicações sérias, estando em causa pessoas em risco de vida.

Para tentar reduzir as desistências, o IPO do Porto vai organizar um evento no próximo dia 21 de Setembro, para tentar desmistificar algumas das ideias erradas em torno da doação de medula.

ZAP //

3 Comments

  1. Os dadores passam por processo de avaliação da própria saúde. Análises sanguineas, etc.
    O dador que esteja com doença hepática terminal, devido a muitas celebrações de never álcool, já não será convidado.

    Muitas vezes, ocorrem hiatos de vários anos. Os potenciais dadores podem estar além-fronteiras, e o processo pode implicar dispêndio de tempo e dinheiro. O Estado, ou os institutos oncológicos, não têm Uma política de aceder a esses dadores (deveria haver ajudas de custo), para assegurar que se está a Fazer tudo, por uma Vida.

    As infecções hospitalares tendem a ser mais comuns em internamentos prologados.
    O processo de dar medula ossea, é ambulatorio, ou 24h, no máx. de admissão.

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