Miguel Calero / EPA
Pessoas a ver a erupção do Vulcão Cumbre Vieja, em La Palma
Especialistas preferem deixar passar mais alguns dias para dar a erupção como oficialmente terminada, mas notam que o vulcão já entrou numa nova fase da sua evolução.
Ao fim de quase três meses e a uma semana do Natal, o Cumbre Vieja pode estar a dar uma prenda antecipada aos habitantes de La Palma, já que passou mais de 24 horas sem registar qualquer tipo de atividade geológica que pudesse ser detetada pelos especialistas. Ainda assim, estes preferem manter-se cautelosos, lembrando que se deve esperar pelo menos mais dez dias até que seja possível tirar conclusões.
Para já, é possível afirmar que ao longo da última semana não se registou qualquer explosão, emissão de lava ou gases ou sismo. Trata-se da primeira vez que se regista um período tão longo desde que a erupção começou a 19 de setembro.
Os alertas dos especialistas geológicos para a população é que se mantenham alerta, uma vez que, no passado, estes períodos de calma foram seguidos de um novo pico de atividade. Parecem, ainda assim, concordar de forma unânime que o vulcão está numa nova fase. “O magma precisa de energia para chegar à superfície e parece que já não a tem neste momento”, afirmou Stavros Meletlidis, vulcanólogo, à Reuters.
Mesmo que se cale agora, o Cumbre Vieja já bateu todos os recordes no arquipélago das Canárias, onde nunca se tinha registado uma erupção tão longa. Como consequência desta, cerca de sete mil pessoas foram retiradas duas suas casas, ao passo que outra fatia da população passou a ter que estar confinada para evitar os perigos dos gases tóxicos emitidos. A lava emitida pelo vulcão expandiu-se por mais de 48 hectares e destruiu quase três mil edifícios e outros tantos terrenos de plantação de bananas, uma das principais atividades económicas da ilha.
