Cruz Vermelha afasta 21 funcionários por má conduta sexual

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Depois da Oxfam, a Cruz Vermelha anuncia que 21 dos seus funcionários foram afastados por terem pago por serviços de natureza sexual.

O Comité Internacional da Cruz Vermelha informou este sábado que 21 funcionários daquela organização foram afastados ou apresentaram demissão desde 2015 por terem pago por serviços de natureza sexual.

Além disso, outros dois elementos não tiveram os respetivos contratos renovados por causa de suspeitas de má conduta sexual, segundo avançou o diretor-geral do Comité Internacional da Cruz Vermelha, Yves Daccord. “Estou profundamente triste ao reportar estes números”, disse o representante.

“Este comportamento é uma traição às pessoas e às comunidades em que estamos para servir”, reforçou Daccord, frisando ainda que, devido à dimensão e à estrutura descentralizada da Cruz Vermelha Internacional é possível que outros incidentes não tenham sido identificados ou devidamente tratados.

Depois da Oxfam, é a vez do Comité Internacional da Cruz Vermelha, que tem mais de 17 mil funcionários em todo o mundo, se juntar à lista de organizações humanitárias manchadas pelos comportamentos inapropriados dos respetivos funcionários.

A organização não-governamental britânica Plan International confirmou este sábado a existência de seis casos de abusos sexuais de menores e de exploração infantil cometidos por trabalhadores da entidade ou colaboradores externos.

Também a organização humanitária internacional Oxfam se viu no centro de um escândalo após a descoberta de graves infrações e abusos sexuais cometidos por certos funcionários em países como Haiti, Chade, Sudão do Sul ou Libéria.

Ex-diretores e funcionários desta organização humanitária encobriram, em 2010, orgias e pagaram prostitutas, algumas possivelmente menores de idade, no Haiti, país na altura devastado por um terramoto que matou mais de 100 mil pessoas.

Na quinta-feira passada, outro caso veio a público com a demissão do número dois do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), o britânico Justin Forsyth, após ter sido acusado de comportamento inapropriado com colegas mulheres quando trabalhava na organização Save the Children.

Também em este mês, a Médicos sem Fronteiras anunciou ter identificado 24 casos de assédio e de abuso sexual em 2017 no seio daquela organização não-governamental. Das 146 queixas recebidas pela direção da ONG, “40 casos foram identificados como casos de abuso ou assédio após uma investigação interna”.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, decretou recentemente uma regra de tolerância zero face a qualquer comportamento sexual inapropriado que seja cometido dentro da organização ou das respetivas agências.

// Lusa

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