O Universo está a expandir-se muito mais rápido do que os cientistas previam e a criar uma verdadeira “crise na Cosmologia”. O motivo por trás desta expansão ainda é um mistério.
Uma equipa de cientistas confirmou este problema ao analisar os dados recolhidos através de uma nova tecnologia de telescópio que depende de espelhos que mudam de forma.
De acordo com o artigo científico, publicado recentemente no Monthly Notices of the Royal Astronomical Society, as medições precisas da taxa na qual o Universo se está a expandir não correspondem ao modelo padrão que os cientistas têm usado há décadas.
“É aqui que reside a crise da Cosmologia”, constatou Chris Fassnacht, astrofísico e co-autor do estudo, num comunicado à imprensa e citado pelo Science Alert. Estudos científicos publicados no início deste ano chegaram a conclusões semelhantes.
“Esta incompatibilidade tem crescido e chegou agora a um ponto impossível de ser descartado. A disparidade não poderia ocorrer apenas por acaso“, frisou Adam Riess, cientista vencedor do Prémio Nobel, acrescentando que estas descobertas “podem ser o desenvolvimento mais emocionante da Cosmologia das últimas décadas”.
O mistério da constante Hubble
O Universo está constantemente a crescer. Durante várias décadas, os cientistas tentaram medir a rapidez desse crescimento – um número que ficou conhecido como constante de Hubble.
Os cientistas reúnem a história do Universo através do estudo do brilho da radiação que resta do Big Bang, chamado de fundo cósmico de microondas (CMB). Quando analisam o CMB, os investigadores olham para o passado, para uma luz que viaja a uma velocidade constante.
Com base nessas observações, os cientistas descobriram que, após o Big Bang, o Universo expandiu-se muito rapidamente, e que essa expansão diminuiu à medida que a gravidade da matéria escura recuou. Mas, recentemente, os cientistas encontraram um problema.
As medidas do Universo contemporâneo mostram que se está a expandir muito mais rápido do que aquilo que o modelo padrão prevê. O estudo de Riess, de abril deste ano, descobriu que o Universo se está a expandir 9% mais rápido do que o previsto pelos cálculos baseados no CMB.
Se estes valores não batem certo, torna-se muito claro que falta uma peça neste puzzle.
Nova tecnologia confirma dilema
Para o mais recente estudo, os cientistas usaram um sistema de espelhos de ponta no telescópio Keck Observatory, no Havai. O dispositivo usa espelhos flexíveis que podem corrigir distorções causadas pela atmosfera da Terra e tornar imagens de objetos no céu extremamente nítidas.
A equipa apontou o telescópio para três sistemas de galáxias brilhantes e altamente ativas – chamados quasares – e estudaram-nas com base num processo chamado lente gravitacional, que mede a maneira como a luz é curvada à medida que viaja em orno de objetivos maciços no seu caminho em direção à Terra.
Um objeto massivo distorce a luz em várias direções, e isso permite que os cientistas consigam observar versões diferentes e distorcidas do mesmo quasar. Assim, a equipa pode comparar essas imagens de modo a calcular quanto tempo a luz de um quasar demora a chegar até nós, e, desta forma, recolher informações sobre quanto é que o Universo se expandiu durante esse tempo de viagem.
Os novos resultados mostraram, tal como os estudos anteriormente publicados, que o Universo está a expandir mais rápido do que o que o modelo padrão prevê. “Uma diferença na constante de Hubble entre o Universo inicial e o tardio significa que falta algo no nosso modelo padrão atual”, concluiu a astrofísica Sherry Suyu, em comunicado.
A cientista coloca ainda uma hipótese em cima da mesa: “poderia ser uma energia escura exótica, ou uma nova partícula relativista, ou alguma outra nova física ainda por descobrir”.
Os cientistas ainda não sabem qual é a peça que falta neste puzzle, mas há quem culpe a matéria escura, a força invisível e misteriosa que poderia ter acelerado a expansão ao empurrar e sobrecarregar a sua gravidade.
Pode ser que a nova tecnologia de telescópio com base em espelhos nos leve a um modelo cosmológico mais completo do Universo. Até lá, os cientistas prometem não desistir de desvendar este mistério.
Muito interessante as teorias dos cientistas Se eles não sabem, imaginem nós pobres ignorantes dessas coisas.
Pois não há de estar a expandir-se, com tantos milhões de seres humanos previstos para aumentar no nosso pequeno planeta os extra-terrestres já estão a planear aumentar a casa antes que isto por cá dê o berro atafulhado sem se poder respirar mais uma gota de oxigénio.
Se era para rir então falhou o objetivo redondamente!
Há dias de facto em que o ser humano anda mesmo mal humorado e em que nada o faz sorrir, talvez efeitos da expansão do universo!