Somos mais criativos enquanto tomamos banho (e a ciência explica porquê)

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Se quando está no banho é quando se sente mais inspirado e lamenta sempre não ter um bloco de notas ao lado, saiba que essa experiência é natural. Tem tudo a ver com o seu estado de espírito.

“As pessoas ficam sempre surpreendidas quando se apercebem de que têm ideias novas e interessantes em alturas inesperadas, porque a nossa narrativa cultural diz-nos que o devemos fazer através do trabalho árduo“, afirma Kalina Christoff, neurocientista cognitiva, à National Geographic. “É uma experiência humana bastante universal”.

O segredo para esta tempestade de ideias que surge quando estamos menos prontos para ela tem como razão um padrão de atividade cerebral — dentro daquilo a que se chama a rede de modo predefinido — que ocorre quando um indivíduo está a descansar ou a realizar tarefas habituais que não requerem muita atenção.

A rede de modo predefinido (DMN) — que liga mais de uma dúzia de regiões do cérebro — torna-se mais ativa durante a deambulação da mente ou em tarefas passivas. E isso é ótimo para a criatividade.

É claro que “outras redes entram em ação no que diz respeito à modificação, rejeição ou implementação de ideias”, afirma o neurocientista Roger Beaty, pelo que não devemos apenas aguardar no duche que as ideias venham até nós.

Mas esta rede, explica o especialista, está “envolvida nas fases iniciais da geração de ideias, recorrendo a experiências passadas e ao conhecimento do mundo”. “Quando não se está a trabalhar ativamente num problema, o cérebro continua a girar e é possível reestruturar os elementos do problema, as peças são baralhadas e algo faz clique“. O DMN “ajuda-o a combinar informação de diferentes formas e a simular possibilidades”.

“Quando a sua mente se afasta de uma situação e entra num devaneio interno, é aí que pode ter ideias criativas”, diz também o cientista Jonathan Schooler. “Neste estado agradável, está a permitir que os pensamentos cruzem a sua mente de forma divertida”. Não se esqueça, acrescenta, “por vezes, tem de fazer o trabalho de criar um espaço problemático — que estabelece as bases para o surgimento de ideias espontâneas”.

ZAP //

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