O estrume de elefantes e vacas pode ser uma excelente fonte de celulose, além de ser uma ótima oportunidade de retirar os dejetos do meio ambiente e favorecer o mercado dos produtos sustentáveis.
O estrume de animais, como elefantes ou vacas, pode ser uma excelente fonte para fazer produtos de papel, mais baratos e uma forma ambientalmente limpa de acabar com os detritos.
A ideia de aproveitar o estrume é de Alexander Bismarck. Quando passou férias numa pequena aldeia na ilha grega de Creta, reparou que as cabras mascavam ervas secas. “Percebi que o que saía no final era matéria da planta parcialmente digerida, pelo que devia haver celulose”, disse Bismarck, da Universidade de Viena, Áustria.
“Os animais comem biomassa de baixa qualidade contendo celulose, mastigam-na e expõem-na a enzimas e ácidos no seu estômago, e depois produzem estrume. Dependendo do animal, até 40% do estrume é celulose, que é então facilmente acessível”, disse o investigador.
Além disso, é preciso muito menos energia e tratamentos químicos, comparando com a madeira crua, para transformar o material parcialmente digerido em nanofibras de celulose.
Depois de trabalhar com estrume de cabra, Bismarck e Andreas Mautner, ajudados por estudantes de pós-graduação, fizeram experiências com estrume de cavalos, de vacas e até de elefantes.
No caso dos elefantes o fornecimento de matéria prima é substancial nos parques de África, onde centenas de elefantes produzem diariamente toneladas de estrume. Como lembrou Mautner, as grandes explorações pecuárias nos Estados Unidos e Europa produzem autenticas montanhas de estrume.
O estrume foi tratado com uma solução de hidróxido de sódio – soda cáustica -, que remove parcialmente a lignina – a macromolécula das plantas, que pode depois ser usada como fertilizante ou combustível – e outras impurezas, incluindo proteínas e células mortas.
Para que a lignina seja completamente removida e para fazer a polpa branca para o papel, o material tem de ser branqueado com hipoclorito de sódio, um desinfetante, conhecido por água sanitária. A moagem não é praticamente necessária para criar as nanofibras para o papel.
Para moer a madeira e fazer nanocelulose é necessária muita energia. Contudo, explica Mautner, com o estrume reduzem-se as etapas para fazer a pasta de papel, dado que o animal já mastigou a planta e a atacou com vários enzimas.
Desta forma, “produz-se nanocelulose mais barata com as mesmas ou melhores propriedades que a nanocelulose da madeira e com menos consumo de energia e de produtos químicos”, disse o investigador.
O produto derivado do estrume pode ter aplicações como o reforço para compósitos de polímeros ou filtros para águas residuais, ou até para fazer papel para escrever. Agora, os investigadores procuramperceber se o processo pode ser ainda mais sustentável, produzindo-se primeiro biogás a partir do estrume e depois extraindo as fibras de celulose.
// Lusa
Lá vai a NAVIGATOR investir em vacas e deixar os eucaliptos.
Assim a NAVIGATOR entra também no negócio do leite e derivados.
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