Depois de a droga ter sido liberalizada em vários estados norte-americanos, o número de casos de crianças a comer acidentalmente canábis.
Num relatório publicado este mês na revista Pediatrics, investigadores trouxeram à tona uma preocupação: um aumento expressivo no número de casos de crianças a comer canábis acidentalmente. A incidência subiu cerca de 15 vezes, nos estados dos EUA que legalizaram a substância.
Conforme consta no artigo, em 2017, pouco mais de 200 crianças de cinco anos ou menos consumiram algum produto alimentar com canábis. Já em 2021, esse número subiu para 3.050.
Não houve nenhuma morte relacionada, mas cerca de 15% das crianças foram hospitalizadas, e cerca de 8% precisaram de ser internadas nos cuidados intensivos.
No público infantil, o consumo de canábis pode despertar sintomas como taquicardia, vómitos e até mesmo coma. Quando hospitalizadas, as crianças receberam tratamentos intravenosos.
Os especialistas traçam uma relação entre esses casos e a liberalização da canábis para uso recreativo nos EUA. Acontece que, quando o estudo começou em 2017, a liberalização contemplava apenas em 8 estados dos EUA. Em 2022, esse número já mudou: 18 estados.
Mais de 90% das ingestões aconteceram na própria casa dessas crianças, por isso os investigadores lançam um alerta para que os pais tenham consciência acerca da necessidade de armazenar produtos de canábis longe do alcance de crianças, até porque, muitos desses alimentos atraem a atenção do público infantil, como chocolates e doces.
Anteriormente, outro público vulnerável chamou a atenção dos especialistas ao consumir canábis involuntariamente: cães.
Um estudo publicado no Australian Veterinary Journal apontou casos de cães de Melbourne, na Austrália, a ficarem entorpecidos sob efeito da droga depois do consumo de fezes humanas.
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