Uma criança de dez anos foi espancada até á morte por não saber a lição do dia numa escola corânica, no Senegal.
Segundo a agência France-Presse, existem milhares de escolas corânicas no Senegal, onde várias crianças são vítimas de maus-tratos segundo os relatos de muitas ONG’s.
O senegalês Liberation avança que, desde 2018, um total de 17 adolescentes foram mortos na sequência de atos de violência ou de negligência. Durante o mesmo período, 61 terão sido abusadas sexual e fisicamente.
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No passado domingo, Fallou Diop, de 10 anos, morreu depois de ter sido “submetido a uma correção” infligida por um jovem encarregado de vigiar os alunos na ausência do professor do Corão. Fontes policiais dão conta de que o rapaz estava a ser castigado por não ter assimilado as lições do dia.
O rapaz mais velho, com idade entre os 15 e os 20 anos, e o diretor da escola corânica na vila de Raoudou Rayahin, foram detidos e acusados de homicídio, por colocarem “em risco a vida de outras pessoas” e por “não prestarem assistência a uma pessoa em perigo”.
Ndèye Dieng, ministro da Família e dos Direitos da Criança do Senegal, já reagiu às críticas. O governante prometeu apoio para a família da vítima e assegurou que “o Estado tomará as medidas necessárias para esclarecer este assunto”.
A Human Rights Watch denunciou, em junho, o facto de muitos alunos de escolas corânicas serem submetidos a violência e negligência. Este crime ocorre dois meses após a controvérsia de outro caso de crianças maltratadas na mesma região de Louga.
A France-Press refere ainda que o Senegal tem estado sob grande pressão internacional para parar os abusos contra os talibés, crianças que são enviadas pelas suas famílias, muitas vezes a milhares de quilómetros de casa, para terem uma educação nas escolas islâmicas.
