Cientistas chineses conseguiram fazer crescer estruturas semelhantes a chifres em ratos transplantando células estaminais de veados.
Os chifres de veado têm a particularidade de caírem e crescerem novamente a cada ano e serem um dos tecidos vivos de crescimento mais rápido encontrados na natureza.
A equipa de investigadores conseguiu identificar as células responsáveis por esta regeneração. Os cientistas transplantaram essas células para as testas de ratos de laboratório carecas. Apenas 45 dias depois, uma protuberância começou a emergia na sua cabeça, segundo o Daily Mail.
Mas, afinal, porque é que conseguir crescer chifres em ratos é assim tão importante? Isto porque os cientistas acreditam que este procedimento pode um dia ser usado para ajudar a reparar ossos ou cartilagens em humanos — ou até mesmo recuperar membros amputados.
Para identificar as células específicas no tecido responsáveis pelos efeitos regenerativos, os cientistas da Northwestern Polytechnical University, em Xian, usaram sequenciamento de ARN para estudar 75 mil células de veado sika no tecido dentro e perto dos chifres. Fizeram-no antes, durante e depois dos chifres caírem para entenderem as diferenças.
Cinco dias após a queda dos chifres, as células geraram um subtipo separado de células estaminais, a que os autores chamaram de “células progenitoras do blastema de chifre”. Ao fim de 10 dias, começaram a transformar-se em cartilagem e osso.
T. Qin et al.
Os autores do estudo escrevem que “os resultados sugerem que o veado tem uma aplicação na reparação óssea” e que o procedimento “pode ser usado na medicina regenerativa para lesões esquelética ou regeneração de membros”. O estudo foi recentemente publicado na conceituada revista científica Nature.
Em 2020, outra equipa de cientistas já tinha descoberto que é possível criar os chifres nas cabeças de ratos ao inserir um pedaço de tecido de chifre de veado debaixo da pele da testa.
