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Encontrada mais uma cratera gigante “escondida” debaixo do gelo da Gronelândia

A imensa cratera de impacto encontrada está situada a apenas 184 quilómetros de distância de uma cratera semelhante descoberta em novembro.

Um glaciologista da NASA descobriu a cratera sob o gelo na parte noroeste da Gronelândia, debaixo do glaciar Hiawatha. Ainda não há informações sobre como se formou, mas os cientistas acreditam que isso aconteceu há mais de 80 mil anos.

“Estudamos a Terra de muitos modos diferentes, a partir do solo, do ar e do espaço – é emocionante que descobertas como estas ainda sejam possíveis”, disse Joe MacGregor, glaciologista do Centro de Voos Espaciais Gooddard da NASA.

“Ajudar a identificar uma grande cratera de impacto sob o gelo já foi muito excitante, mas agora parece que pode haver duas“, acrescentou o investigador.

Segundo os dados obtidos, a cratera tem cerca de 36,5 quilómetros de largura, o que a torna a 22ª maior cratera de impacto do planeta.

Existe a possibilidade de que esta cratera seja uma caldeira vulcânica desmoronada, mas essas estruturas de colapso são geralmente acompanhadas por uma anomalia magnética, o que não é o caso da depressão descoberta, afirmam os cientistas.

​Se for realmente uma cratera de impacto, deverá ter-se formado há mais de 79 mil anos, porque esta é a idade estimada da camada de gelo, disseram os investigadores no estudo publicado na revista Geophysical Research Letters. A outra possibilidade improvável é que todo o gelo nesta área tenha derretido durante esse período.

https://twitter.com/NASA_ICE/status/1094992102193356800

Os cientistas estão atualmente a tentar determinar se a depressão se formou simultaneamente com a descoberta em novembro.

A cratera de impacto, que foi descoberta na Gronelândia por uma equipa internacional liderada por especialistas do Museu de História Natural da Universidade de Copenhaga, na Dinamarca, é uma das 25 maiores que se conhecem na Terra fruto do impacto de corpos celestes. Com 31 quilómetros de diâmetro, tem a mesma dimensão de Lisboa.

Segundo a Universidade de Copenhaga, foi a primeira vez que uma cratera é encontrada sob uma das camadas de gelo continentais da Terra.

É possível que as duas crateras se tenham formado quando um asteroide dividido atingiu o nosso planeta. No entanto, a idade do gelo no topo de ambas é diferente.

“As camadas de gelo acima desta segunda cratera são inequivocamente mais antigas do que aquelas acima de Hiawatha e a segunda cratera está quase duas vezes mais desgastada. Se os dois se formaram ao mesmo tempo, o gelo provavelmente mais espesso acima da segunda cratera teria equilibrado com a cratera muito mais rápido do que para o Hiawatha”, disse MacGregor.

Isto não exclui a possibilidade de que as duas novas crateras da Gronelândia tenham sido formadas num único evento, como o impacto de um asteróide binário separado”, disse William Bottke, cientista planetário no Southwest Research Institute.

De facto, dois pares de crateras não relacionadas mas geograficamente próximas já foram encontradas na Ucrânia e no Canadá, mas as idades das crateras eram diferentes.

“A existência de um terceiro par de crateras não relacionadas é modestamente surpreendente, mas não consideramos improvável”, disse MacGregor.

ZAP // Sputnik / SciNews

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