/

Cratera gigante (a primeira em 100 anos) descoberta na Lua

Purdue University

As bordas da cratera foram fortemente alteradas, tornando-a irreconhecível.

As bordas da cratera foram fortemente alteradas, tornando-a irreconhecível.

Uma cratera de 200 quilómetros de diâmetro foi descoberta na Lua por uma sonda da NASA e identificada por astrónomos americanos.

Os resultados da descoberta foram apresentados durante a 46ª Conferência de Ciência Lunar e Planetária, em Woodlands, no Texas. A nova cratera foi baptizada “Amelia Earhart“, em honra da pioneira aviadora que desapareceu no Oceano Pacífico em 1937.

“Eu diria que esta é a primeira descoberta de uma nova cratera lunar em mais de 100 anos”, afirmou Jay Melosh, um dos investigadores envolvidos no projecto, à BBC.

A descoberta foi feita enquanto os investigadores procuravam provas da existência de estruturas ocas abaixo da superfície da Lua, conhecidas como tubos de lava ou cavernas vulcânicas.

“Provavelmente, a cratera foi formada antes do Mare Serenitatis, um mar lunar onde há uma cratera, ou seja, há mais de 3 milhões de anos“, explica Jay Melosh, “mas parece ter ficado coberta por restos da formação do mar, que também destruíram a borda da cratera”.

“Ninguém até agora tinha conseguido identificar esta cratera, precisamente por ter a sua borda destruída – e nós próprios não a teríamos reconhecido se não fosse pela diferença de gravidade no local, que indica claramente uma enorme anomalia circular”, acrescenta Melosh.

JPL / NASA

A missão Grail usou duas pequenas sondas para mapear o campo gravitacional da Lua

Os resultados forma obtidos pela análise dos dados da missão Grail, da NASA, que usou duas pequenas sondas para medir as variações do campo gravitacional da Lua.

Estas medições permitiram obter uma ideia aproximada da estrutura interna do satélite, uma vez que, dependendo da sua topografia, uma dada região lunar regista uma aceleração da gravidade própria.

De acordo com os dados obtidos pelos cientistas, poderá haver mais 12 crateras por identificar. No entanto, as suas marcas foram eliminadas pelos impactos dos mares ou pelas partículas expelidas por crateras maiores.

NASA / Wikimedia

Amelia Earhart à frente do  Lockheed Electra em que desapareceu, em 1937

Amelia Earhart à frente do Lockheed Electra em que desapareceu, em 1937

A descoberta resultou do trabalho dos astrónomos Rohan Sood, Loic Chappaz e Jay Melosh, da Universidade de Purdue, nos Estados Unidos.

A cratera foi baptizada de Amelia Earhart, em homenagem à primeira mulher a fazer a travessia do Oceano Atlântico num voo a solo, em 1932.

Earhart foi membro do conselho académico da Universidade de Purdue desde 1935 até ao seu desaparecimento, em 1937.

ZAP / BBC

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.