Infarmed no Porto? Costa não desiste. O primeiro-ministro gostaria de ter uma “nova oportunidade” em relação à sua ideia de mudanças no Infarmed.
António Costa disse, esta quarta-feira, no Porto, que ficaria “feliz” se a comissão constituída para analisar a transferência do Infarmed para o Porto não deixasse que a ideia “morresse por si”.
“Tendo em conta que toda a gente estava contra a posição do Governo e havendo agora essa comissão que tem um mandato muito preciso para apresentar um relatório até 31 de julho, eu, como gosto pouco de desistir das minhas ideias, gostaria de dar uma nova oportunidade para que esta minha ideia não morresse por si e, pelo contrário, pudesse ser apreciada pela comissão”, defendeu.
Garantindo não querer “interferir nos trabalhos da comissão”, António Costa afirmou que ficará à espera do seu parecer. “Se me derem razão fico muito feliz, se não me derem razão, não podemos ter sempre razão”, acrescentou.
O primeiro-ministro, que falava à margem de uma sessão que contou ainda com a presença da ministra da Cultura e onde foi anunciado o estabelecimento de dois protocolos que permitirão manter a coleção Miró no Porto por 25 anos, assegurou ainda que Governo e Câmara do Porto estão de boas relações, apesar de no início de outubro Rui Moreira ter garantido não ter recebido, até ali, qualquer telefonema do Executivo a comunicar o recuo.
“Não vi qualquer sinal de que houvesse algum problema entre o Governo e a câmara municipal do Porto”, afirmou.
Costa lembrou, aliás, que a vontade do Governo, e em particular a sua, nunca foi acompanhada, “diria mesmo que mereceu uma generalizada oposição“, pelo que o Governo vai esperar pelo parecer da comissão que tem que apresentar um relatório até 31 de julho.
No dia 21 de setembro, o Governo anunciou que a deslocalização do Infarmed para o Porto dependeria da comissão da Assembleia da República que vai acompanhar os processos de descentralização dos serviços públicos.
À data, o ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes disse aos deputados na comissão parlamentar de Saúde que “o contexto político mudou significativamente” em relação há um ano, quando a decisão de mudar a Autoridade do Medicamento (Infarmed) para o Porto foi tomada pelo Governo.
// Lusa