O primeiro-ministro, António Costa, defendeu hoje o fim dos ataques de Israel aos enclaves palestinianos na Cisjordânia e na Faixa de Gaza, para que se possa regressar a um caminho em que “a paz seja possível”.
“Toda a gente defende o cessar-fogo e, mais do que o cessar-fogo, a criação de condições de convivência entre os povos e os estados e é essa a posição de Portugal. É necessário que Israel pare com estes ataques e possamos regressar a um ponto onde o caminho para a paz seja possível e não se agrave este caminho para o conflito“, disse o primeiro-ministro português em resposta aos jornalistas.
O líder do Governo português falava em Paris onde participa na Cimeira Sobre o Futuro das Economias Africanas, organizada pelo Presidente francês, Emmanuel Macron, tendo-se encontrado esta manhã com o Presidente do Egito, Abdul Fatah Khalil Al-Sisi, num encontro em que a situação do conflito israelo-palestiniano foi discutida.
O alto representante da União Europeia (UE) para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança, Josep Borrell, convocou para terça-feira uma reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros da UE por videoconferência para discutir a escalada da violência entre israelitas e palestinianos.
Rio condena ataques em Gaza e apela ao cessar-fogo
Esta segunda-feira, também o presidente do PSD, Rui Rio, remeteu a sua posição sobre o conflito no Médio Oriente para um projeto de resolução dos sociais-democratas apelando ao cessar-fogo e ao diálogo.
“Não sei se já entrou, mas penso que já entrou um projeto de resolução justamente a condenar a situação neste momento e apelar às duas partes para o cessar-fogo e para acabar com o conflito e fazer-se tudo pela via do diálogo”, afirmou.
Numa visita “por coincidência” ao Museu do Holocausto, no Porto, o líder social-democrata referiu que nesta matéria, também o Governo português tem uma responsabilidade acrescida por se encontrar, neste momento, a liderar a União Europeia, o que lhe confere uma “força adicional”.
Apesar disso, Rio reconhece que “não é fácil conseguir acalmar o conflito para um país como Portugal” e ou mesmo para o espaço europeu.
Os combates entre Israel e os palestinianos na Faixa de Gaza, os mais graves desde 2014, fizeram pelo menos 174 mortos em Gaza, incluindo 47 crianças, e outros 10 em Israel.
Os combates começaram em 10 de maio, após semanas de tensão entre israelitas e palestinianos em Jerusalém Oriental, que culminaram com confrontos na Esplanada das Mesquitas, o terceiro lugar sagrado do islão junto ao local mais sagrado do judaísmo.
Ao lançamento maciço de foguetes por grupos armados em Gaza em direção a Israel opõe-se o bombardeamento sistemático por forças israelitas contra a Faixa de Gaza.
O conflito israelo-palestiniano remonta à fundação do Estado de Israel, cuja independência foi proclamada em 14 de maio de 1948.
Os 27 países da UE têm frequentemente dificuldades em encontrar uma posição comum sobre o conflito israelo-palestiniano, com países como a Alemanha, a Áustria ou a Eslovénia a apoiarem firmemente o direito de Israel a defender-se, enquanto outros exortam o Estado hebreu a demonstrar contenção.
ZAP // Lusa