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Há uma “corrida brutal” por mega-centrais de energia solar (e pode aumentar a factura da luz)

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David Dodge / Green Energy Futures / Flickr

A aposta do Governo português no sector das Energias Renováveis está a fomentar uma “corrida brutal” a projectos solares de grandes dimensões. Uma procura excessiva que preocupa a REN – Redes Energéticas Nacionais que avisa que a situação pode acabar por aumentar a factura da luz dos consumidores dado o investimento que requer.

Esta “corrida brutal” a mega-centrais de energia solar é reportada pelo Dinheiro Vivo que sustenta que chegaram à Direcção Geral de Energia e Geologia (DGEG) “cerca de 80 candidaturas” para projectos solares “muito grandes”.

Além dos grandes empresas nacionais, como a EDP e a Galp, também haverá promotores internacionais, grandes gigantes mundiais e fundos de investimento internacionais, dispostos a investirem no solar em Portugal, havendo disponibilidade destes candidatos em pagarem a ligação à rede nacional de transporte de energia eléctrica.

A estas 80 candidaturas é preciso acrescentar os 300 interessados em participarem nos leilões de energia renovável que vão decorrer em Julho, segundo os números avançados pelo secretário de Estado da Energia, João Galamba.

Esta “procura excessiva”, como aponta o Dinheiro Vivo, está a causar preocupação na REN – Redes Energéticas Nacionais. Esta entidade alerta que “um programa agressivo de aposta na energia solar”, como aquele que o Governo está a pôr em prática, pode “exigir um maior investimento da REN, o que poderá ter impacto nas tarifas” pagas pelos consumidores, conforme transcreve a publicação.

O Governo planeia ter a funcionar 19 centrais solares fotovoltaicas já neste ano. Até 2021, esse objectivo passa para 38 novas centrais solares.

ZAP //

11 Comments

  1. O interior já ia de mal a pior. Com os exageros “tugas”, vão acabar por destruir o resto. Nunca é nada com peso conta e medida. São sempre megalomanias. Enquanto que os “citadinos” ficam com menos problemas energéticos, os sobreiros e os animais e (as poucas pessoas) ficam a viver rodeados de “espelhos”. Fantástico. E depois digam que querem “apostar” no interior. Apostar não me parece, parece mais “delapidar” sem qualquer critério a não ser o EURO.

  2. a REN já devia ter feito o investimento há muito tempo. Desde que eram EDP que bloquearam todas as iniciativas para se aumentar muito as renováveis: agora que são a alternativa mais barata para os consumidores toca a arranjar maneira de aumentar as tarifas! Até parece que a REN não está neste ramo de negócios e nunca ouviu falar neste tema!? Seja como for, o solar+eólico previsto não duplicam sequer o que já temos em eólico…

    • Neste momento continua a ser bastante mais caro o kW-h de eletricidade gerada pelas eólicas e pelas solares do que o produzido por carvão ou fuel óleo. Foi conseguido que a diferença não esteja toda na factura da luz, como queriam há uns anos, mas é paga pelos nossos impostos. Acrescenta a isto a necessidade de construir mais barragens grandes para onde bombear água quando a produção das renováveis é alta (vento e/ou muito Sol) para guardar a energia para quando faz falta (por exemplo de noite para a solar).
      Se aumentarmos a componente solar/eólica na produção de energia a diferença de preço tem que ser paga por alguém!

  3. Já tenho chamado a atenção para o fato da energia solar contribuir com o reflexo da luz do sol, de volta para o o espaço dando um acréscimo no efeito estufa, conforme explícita a CRUEZA METEOROLÓGICA de Félix Medeiros, postado no Facebook pelo renomado Luiz Carlos Milionário…

    • O efeito de Albedo (o nome dado à luz do sol reflectida por parte da superfície terrestre, em grande parte pelos oceanos e nuvens) mal é alterado pelas grandes centrais solares.
      Devido às ondas o oceano não se comporta como um espelho pelo que se têm de ter cuidado com os cálculos, mas se a Terra está coberta na grande maioria por agua e mesmo assim o valor médio do coeficiente de reflexão é de 30% a 35%, é fácil fazer o argumento que seria necessário a construção de um numero ridículo de patineis solares para que houvesse um aumento da temperatura.
      No entanto as centrais movidas a carvão ou gás natural estão directamente ligadas ao aumento das temperaturas, sem falar nas doenças provocadas pela queima destes combustíveis ou até dos acidentes de trabalho nas plataformas de extracção de crude e mineração do carvão e todas as doenças associadas aos mineiros, doenças crónicas e que provocam mortes horríveis.

  4. Contem-se como surpresos que os 80 projectos que deram entrada na DGEG à revelia de outros são de empresas detidos por um indivíduo que tem fortes relações com o João Galamba. Espante-se também que esses projectos deram entrada 2 dias depois do anúncio dos leilões. É aqui que os jornalistas se devem concentrar, visto tudo aqui denúncia um abuso de poder e das relações pessoas como governo.

  5. A energia solar devia ficar circunscrita às coberturas de edificos, e para auto consumo, quando muito uma venda de até 20% da produção. Em vez disso delapidam paisagens e campos para construir mamarrachos…. e agora ainda sai mais caro… está bem esta!!!

    • Tens razão, só que tens gente altamente “esperta” a tratar dos assuntos… com vista ao bolso de alguém. Democracia é “sinónimo” de cleptocracia via korrupção!!!!!

  6. Correto seria a produção para auto-consumo, sendo o excedente vendido à “EDP”. Só que a assim a vida de politico deixava de ter interesse.

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