Corpos sem orelhas e dentes: bruxos ugandenses sacrificam crianças em ritual da chuva

Curandeiros e bruxos de Uganda sacrificam crianças em ritual da chuva para se salvarem da seca. Só em setembro os órgãos da aplicação da lei detiveram 44 pessoas suspeitas de terem cometido assassinatos em rituais. Um dos detidos confirmou ter matado oito crianças.

O país africano enfrenta uma das maiores secas dos últimos 50 anos, enquanto a fome atinge mais de 1,5 milhão de pessoas, descreve a agência de notícias Religion News Service. Muitos habitantes locais acreditam que os espíritos levam consigo a chuva.

Em 2015, foram encontrados os restos mortais de sete crianças e seis adultos, em 2016 de sete crianças e dois adultos. Os corpos encontrados não tinham orelhas, dentes, lábios e genitais. A polícia acredita que há muitas mais vítimas por rituais, mas os corpos continuam por encontrar.

Não há comida devido à seca atual, e alguns acreditam que isso foi trazido por espíritos ancestrais. Então, há um grande desejo de as pessoas fazerem sacrifícios para acabar com o problema”, disse Joel Mugoya, um curandeiro tradicional.

“Os assassinatos eram para sacrifícios rituais. Estamos a trabalhar no duro para prender os suspeitos remanescentes e acabar com a prática”, disse o inspetor Kale Kayihura aos residentes na semana passada.

Entretanto, o problema parece bem maior que o divulgado pelos meios de comunicação locais. O pastor Peter Sewakiryanga, que lidera uma organização de proteção de crianças no país, disse que há crianças a desaparecerem no país todas as semanas. Segundo ele, muitas vezes, são encontradas mortas, ou vivas mas com partes do corpo em falta.

Sewakiryanga também alerta que é necessário mais esforços para acabar com a prática. Outros países em África também contam com relatos de praticantes de sacrifícios infantis, como a Tanzânia, Nigéria, Suazilândia, Libéria, Botswana, África do Sul, Namíbia e Zimbábue.

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