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Seis mortes e 1020 infectados. Quarentena obrigatória para quem chegar a Portugal

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José Sena Goulão / Lusa

A Direcção-Geral da Saúde (DGS) anunciou a morte de mais três pessoas devido ao Covid-19, contando-se agora seis vítimas mortais devido à infecção provocada pelo novo coronavírus. O número de infectados já chegou aos 1020, o que representa um aumento de 30% relativamente à véspera, com mais 235 casos.

Mais duas pessoas já recuperaram da infecção, o que eleva para 5 o número total de pacientes dados como curados em Portugal.

Entretanto, 9.008 pessoas continuam sob vigilância pelas autoridades de saúde e há 850 casos suspeitos a aguardar resultados das análises.

A DGS refere, ainda, que entre os mais de mil infectados, apenas 126 pessoas estão internadas, das quais 26 estão nos Cuidados Intensivos. Quanto a idades, 142 pessoas têm idade igual ou superior a 70 anos, o que constitui o grupo de maior risco.

Entre as pessoas que morreram, uma faleceu na região Norte, duas na região Centro, duas na zona de Lisboa e Vale do Tejo e uma no Algarve.

Uma das pessoas que morreu será um homem de 64 anos, natural de Paços de Ferreira, como anunciou o vereador da área da Saúde da autarquia, Paulo Ferreira, revelando que faleceu numa unidade hospitalar, onde estava internado.

Na quinta-feira, a DGS anunciou que até às 11 horas tinham morrido três pessoas infectadas em Portugal. Um dos falecidos seria natural do concelho de Ovar, como referiu o presidente da Câmara local, Salvador Malheiro.

Quem entrar em Portugal, fica em quarentena 14 dias

Na conferência de imprensa da DGS, onde foi divulgado o boletim diário sobre o Covid-19, a directora-geral de Saúde, Graça Freitas, referiu que, a partir da próxima semana, “quem entre em Portugal vai ter de ficar em isolamento profiláctico durante 14 dias”.

A responsável de saúde também reforçou que o isolamento de pessoas doentes e sinalizadas é “obrigatório”, recomendando que os “hipertensos, diabéticos, pessoas com doença cardio-vascular ou doença oncológica” procurem “privar o mínimo possível com outros”. Graça Freitas refere que podem fazer “um passeio higiénico”, mas sem exagerar nos contactos.

A directora-geral também comentou a descida no número de testes de 1000 para 800 no último dia, considerando que “o número de testes que está a ser feito, não tem de ser crescente”. “Cada pessoa que precisa de fazer teste, faz o teste”, salientou Graça Freitas, considerando que “a maioria são negativos”

O secretário de Estado da Saúde, António Sales, referiu, por seu lado, que o Governo está a “estudar um conjunto de respostas para adquirir ventiladores, monitores e outros materiais” no estrangeiro.

António Sales também apontou que “o sucesso no combate à epidemia depende da resiliência pessoal” e da importância de “continuar a respeitar as orientações da DGS”.

Número de casos duplicou em 24 horas na Madeira

O número de casos de Covid-19 na Madeira duplicou nas últimas 24 horas, sendo agora de 6 pessoas infectadas, segundo o Instituto de Administração da Saúde (IASAÚDE). Os infectados serão 5 cidadãos dos Países Baixos e uma madeirense.

A vice-presidente do IASAÚDE, Bruna Gouveia, refere que há “mais quatro casos que aguardam validação pelo Instituto Ricardo Jorge, com resultado preliminar positivo”.

Há também 320 pessoas em vigilância e “117 destas pessoas estão associadas aos casos confirmados”, refere Bruna Gouveia. Entre os casos suspeitos, 104 turistas estão em isolamento preventivo num hotel, no Funchal, onde foi detectado o primeiro caso positivo de Covid-19 a 16 de Março.

Todos os casos confirmados até ao momento “estão estáveis” e encontram-se no internamento dedicado à Covid-19, no Hospital Central do Funchal, “sem necessidade de cuidados muito diferenciados”, segundo a responsável.

Na Madeira, já foram sinalizados 48 casos suspeitos de infecção pelo novo coronavírus, dos quais 38 foram negativos.

Os 6 casos de Covid-19 foram todos importados, incluindo o da cidadã madeirense que esteve no Dubai e estava em quarentena obrigatória decretada pelo Governo Regional.

Primeiro PSP infectado, na GNR há dois casos

A PSP registou o primeiro caso de infecção pelo novo coronavírus. Está em causa um agente de 30 anos, da esquadra de Queluz, em Sintra.

O polícia encontra-se isolado em casa e uma fonte oficial da PSP disse ao Diário de Notícias (DN) que a autoridade de saúde foi chamada de imediato e que a situação está a ser analisada, para saber que medidas adoptar.

A Guarda Nacional Republicana anunciou que tem dois militares infectados com o novo coronavírus, três com suspeitas de terem o vírus, 57 em quarentena e 77 em avaliação.

A pandemia de Covid-19 já atingiu mais de 235 mil pessoas em todo o mundo, contando-se mais de 9800 mortes e mais de 86.600 recuperadas.

ZAP // Lusa

2 Comments

  1. Todos os dias há mortos e feridos nas estradas. São milhões e milhões de feridos e mortos. Também vão decretar uma pandemia?

    • Caro leitor,
      Os mortos e feridos na estrada não contagiam outros condutores, e não matam os médicos e enfermeiros que deles tratam. Não saber o que é uma pandemia e tratá-la com ligeireza não é apenas ignorância, é irresponsabilidade social.

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