Coreia do Norte nunca esteve tão fechada; as pessoas estão (mais) desesperadas

(h) KCNA

Kim Jong-un com a filha, Kim Ju-Ae.

Militarização aumenta violações dos direitos humanos. Trabalho forçado sustenta o aparato militar do Estado e construção de armas.

A Coreia do Norte já é conhecida por ser um dos países mais fechados. Talvez mesmo o mais fechado de todo o planeta.

Mas nunca esteve tão fechado como agora (muito por causa da COVID-19), alertou o alto comissário da Organização das Nações Unidas (ONU) para os Direitos Humanos.

Na reunião do Conselho de Segurança, Volker Turk avisou que a “crescente militarização” na Coreia do Norte impulsiona a violação dos direitos humanos.

O trabalho forçado “sustenta o aparato militar do Estado e sua capacidade de construir armas”.

Além disso, a repressão cresce e piora a situação de abastecimento precário.

O alto comissário relatou alegações de repressão dos direitos de liberdade de expressão, privacidade e movimento, bem como o agravamento da situação dos direitos económicos e sociais.

Há “fome extrema e uma escassez aguda de remédios” para muitos norte-coreanos.

Assim, as pessoas estão “cada vez mais desesperadas” devido ao aumento de vigilância, prisões, interrogatórios e detenções, cita o jornal Handelsblatt.

Qualquer pessoa que veja conteúdo estrangeiro que se desvie da linha de estado do líder Kim Jong Un – especialmente ficheiros sobre a Coreia do Sul – pode ser preso durante muitos anos. Quem distribuir esses conteúdos pode enfrentar prisão perpétua ou até pena de morte.

O Estado tem um sistema de autorização de viagens, que controla todas as viagens nacionais e impõe penas de prisão – sem julgamento e em campo de trabalhos forçados do Estado – por violação de ordens de viagem.

Há seis anos que este assunto não era debatido na Nações Unidas, por falta de consenso. Agora foi comentado após solicitação de Estados Unidos da América, Albânia e Japão.

Turk espera que os responsáveis pela Coreia do Norte adoptem medidas para promover direitos humanos e justiça. Espera que a Coreia do Norte se reabra para o mundo retome o diálogo com as Nações Unidas.

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

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