Coreia do Sul aposta em Portugal para a produção de chips

Jacobs School of Engineering, UC San Diego

Portugal e Coreia do Sul estão há quase 20 anos a apostar na “irmandade”. Espera-se agora um grande investimento de empresas sul-coreanas na produção de energias renováveis e chips, em Portugal.

Vários investimentos, em Portugal, de empresas sul-coreanas nas áreas dos chips (semicondutores) e das energias renováveis deverão ficar concretizados ainda este ano.

A garantia foi dada pelo embaixador da Coreia do Sul em Portugal, Cho Yeongmoo.

“Espero que possamos ver resultados tangíveis dessas discussões este ano”, afirmou o diplomata, quando se completa um ano da visita oficial do então primeiro-ministro António Costa à Coreia do Sul, uma “ocasião muito importante para elevar a outro nível as relações” entre os dois países.

Em entrevista à agência Lusa, Cho Yeongmoo recordou que, em novembro do ano passado, a SK Hynix – empresa de produção de chips – assinou um memorando de entendimento com a AICEP – Agência para o Desenvolvimento e Comércio Externo de Portugal.

Nessa altura, a AICEP divulgou, em comunicado, que o acordo visava o desenvolvimento “de um projeto de investimento significativo na área dos semicondutores, em 2024″, sem referir valores.

No âmbito das energias renováveis, o diplomata informou sobre os planos de expansão da empresa CS Wind, fabricante de torres eólicas em Aveiro.

“Querem expandir as instalações de fabrico” resumiu Cho Yeongmoo, sublinhando, assim, o aumento do investimento e do número de empregos, numa localização que permite a exportação por via marítima.

Mais cooperação à vista

Portugal e Coreia do Sul também têm desenvolvido relações a nível regional e desde 2007 que a Madeira e Jeju – a maior ilha sul-coreana localizada a sul da península da Coreia – acordaram uma relação de geminação, com o objetivo de cooperar em diversas áreas como turismo, ensino e economia.

“Em 2022, quando cheguei, celebrámos o 15º aniversário da “irmandade” entre as duas ilhas”, afirmou o embaixador, acrescentando que a pandemia de Covid-19 pode ter “impedido a troca de visitas”, mas que espera que “as pessoas da Madeira possam ir à ilha de Jeju” e que os coreanos possam ir ao arquipélago português.

No ano passado, também Sintra concluiu um acordo de geminação com o Município de Yangsan, após uma visita da sua delegação e, de acordo com o embaixador vários governos municipais mostram interesse em ter relações de proximidade com Portugal.

“Tivemos alguns governos municipais que queriam ter uma relação próxima com as cidades portuguesas, por isso estamos a trabalhar nisso e espero que possamos ver muitas conclusões da “irmandade” entre as cidades dos nossos países”, referiu.

À Lusa, Cho Yeongmoo notou ainda o interesse dos portugueses pela cultura da Coreia, designadamente música e filmes, indicando a promoção de vários eventos para apresentar a diversidade que existe, incluindo também a nível gastronómico, no qual há cooperação com escolas do Turismo de Portugal.

A comunidade coreana em Portugal ronda as 300 pessoas, enquanto o número de turistas atingiu um pico antes da pandemia covid-19, com 210 mil pessoas, tendo no ano passado havido um registo de 160 mil em vários locais como Lisboa, Porto, Coimbra, Fátima e Algarve, divulgou a representação diplomática.

Esperam-se, ao longo deste anos, mais deslocações de empresários dos setores de baterias, cosmética e automóvel.

ZAP // Lusa

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