Coreia do Norte lança míssil balístico intercontinental — o mais poderoso de sempre

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ZAP // 3D Molier International / KCNA

Kim Jong-un em frente a modelo de plataforma lançadora de míssil ICBM Hwasong-15 da Coreia do Norte (montagem)

Japão e Coreia do Sul afirmam que Pyongyang disparou míssil de longo alcance deste tipo pela primeira vez desde 2017, supostamente usando um novo modelo, ainda mais poderoso. Teste viola resoluções da ONU.

Segundo a Deutsche Welle, a Coreia do Norte realizou esta quinta-feira o que se acredita ser seu maior teste de um míssil balístico intercontinental, ou ICBM, e o primeiro deste tipo de arma desde 2017, anunciaram os governos do Japão e da Coreia do Sul.

As autoridades japonesas afirmaram que o lançamento desta quinta-feira parece ter envolvido um novo modelo de ICBM, mais poderoso que os até agora conhecidos, que voou cerca de 71 minutos a uma altitude de cerca de 6 mil quilómetros e com um alcance de 1.100 quilómetros a partir do ponto de lançamento.

O míssil caiu dentro da zona económica exclusiva do Japão, 170 quilómetros a oeste da região de Aomori, no norte do país, segundo a guarda costeira local.

Autoridades militares sul-coreanas afirmaram que o míssil alcançou uma altitude máxima de 6.200 quilómetros e uma distância de 1.080 quilómetros.

Isso significa uma altitude e distância maiores do que as do último teste norte-coreano de um ICBM, em 2017, quando um míssil do modelo Hwasong-15 voou por 53 minutos a uma altitude de 4.475 quilómetros, com um alcance de 950 quilómetros.

Segundo as autoridades sul-coreanas, o míssil foi lançado das proximidades de Sunan, onde está localizado o aeroporto internacional de Pyongyang. A 16 de março, a Coreia do Norte lançou um suposto míssil a partir do aeroporto, que teria explodido imediatamente a seguir, segundo o Exército da Coreia do Sul.

Os EUA e a Coreia do Sul já haviam alertado este mês que Pyongyang estava a preparar-se para lançar seu maior ICBM até agora, o modelo Hwasong-17, que alguns analistas afirmam ser consideravelmente maior que o Hwasong-15.

O diâmetro do novo modelo de ICBM é estimado em 2,4 a 2,5 metros, com um peso total entre 80 e 110 toneladas.

O lançamento desta quinta-feira é (pelo menos) o 11º teste de mísseis conduzido pela Coreia do Norte este ano – uma frequência sem precedentes – e assinala o fim de uma moratória auto-imposta de testes de longo alcance e nucleares.

Esta foi uma “quebra da suspensão de lançamentos de mísseis balísticos intercontinentais prometida por Kim Jong-un à comunidade internacional”, disse o presidente sul-coreano, Moon Jae-in, em comunicado.

O fim desta moratória “representa uma séria ameaça à península coreana, à região e à comunidade internacional”, disse Moon, acrescentando tratar-se de uma “clara violação” das resoluções do Conselho de Segurança da ONU.

A ONU proibiu que a Coreia do Norte realizasse testes de armas balísticas e nucleares e impôs sanções ao país após testes anteriores.

Pyongyang tinha oficialmente interrompido os seus testes de longo alcance, numa altura em que Kim Jong-un se encontrava em negociações de alto nível sobre a desnuclearização do país com o então presidente dos EUA, Donald Trump – as quais, no entanto, fracassaram em 2019 e estão suspensas desde então.

O regresso da Coreia do Norte aos grandes testes de armamentos representa uma nova preocupação de segurança para o atual presidente norte-americano, numa altura em que Joe Biden tem que lidar com a invasão da Ucrânia pela Rússia.

Em janeiro, a Coreia do Norte afirmou que reforçaria as suas defesas contra os EUA e considerava retomar “todas as atividades suspensas”, segundo a agência de notícias estatal KCNA – numa aparente referência à moratória autoimposta.

Este mês, Kim Jong-un afirmou que a Coreia do Norte iria lançar em breve vários satélites para vigiar as movimentações militares dos EUA e seus aliados.

3 Comments

  1. Manobra de Diversao para desviar as atençoes da guerra na Ucrania ,afinal quem lhe fornece a tecnologia Belica sao a Russia e a China ,este pais Miseravel ,sozinho nunca teria estas capacidades

    • Entretanto o povo passa necessidades e desconhece a existência de um mundo à sua volta e onde nunca irá colocar os “presuntos”!

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