Guerra dos balões. Coreia do Norte lança lixo, estrume e fezes para a Coreia do Sul

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Yonhap

Um dos balões enviados esta quarta-feira pela Coreia do Norte num campo de arroz em Cheorwon, Coreia do Sul

Em resposta aos panfletos anti-Pyongyang e dinheiro enviados por ativistas do Sul, a Coreia do Norte lançou mais de 200 balões carregados de lixo e outros resíduos sobre a fronteira com a Coreia do Sul.

Cerca de 260 balões carregados de lixo, fezes e detritos foram enviados da Coreia do Norte em direção à Coreia do Sul, tendo atravessado a fronteira entre os dois países.

Segundo o The Washington Post, os balões, que começaram a aterrar na terça-feira à noite, são uma resposta de Pyongyang aos balões com propaganda, alimentos e dinheiro que nos últimos anos os ativistas sul-coreanos enviaram para o Norte.

O Estado-Maior da Coreia do Sul enviou alertas de desastre aos residentes, avisando-os para “se absterem de atividades ao ar livre” e não entrarem em contacto com os balões e para os denunciarem à polícia ou às forças armadas.

“Estes atos norte-coreanos são claras violações do direito internacional e ameaçam seriamente a segurança de nossos cidadãos”, afirmou o o Estado-Maior em comunicado.

Os balões transportavam lixo, incluindo garrafas de plástico e baterias, bem como o que o Estado-Maior chamou de “sujidade”.

Segundo a agência de notícias , um balão que aterrou no edifício de um restaurante em Dongducheon transportava um saco de estrume.

Os militares afirmaram ainda que os eventuais danos causados pelos balões seriam da exclusiva responsabilidade da Coreia do Norte e que exigiram a  Pyongyang que ponha termo “a estas ações desumanas e desprezíveis“.

No domingo, a Coreia do Norte disse que iria tomar uma “ação de retaliação” contra as operações de propaganda sul-coreanas, espalhando “montes de lixo e sujidade” sobre a fronteira.

“A Coreia do Sul irá experimentar diretamente o esforço necessário para os remover”, afirmou a Coreia do Norte. “Quando a nossa soberania, segurança e interesses nacionais forem violados, atuaremos imediatamente“.

Nos últimos anos, ativistas sul-coreanos, incluindo desertores do Norte, enviaram para o Norte milhares de balões e garrafas de plástico com bens alimentares, dinheiro e propaganda.

Em 2022, um grupo de ativistas afirmou ter lançado um milhão de folhetos de propaganda através de balões, apesar de uma lei que criminaliza tais actos.

A Coreia do Sul aprovou a lei em 2020, tornando crime, punível com até três anos de prisão, o envio de panfletos promocionais e objetos de valor para o Norte sem a autorização do governo. Mas em 2023, o Tribunal Constitucional anulou a lei.

Segundo o Estado-Maior sul-coreano, em 2016, balões enviados pelo Norte causaram danos num veículo e no telhado de uma casa. Na altura, os balões terão transportado papel higiénico, pontas de cigarro e lixo, que a polícia de Seul classificou como “substâncias bioquímicas perigosas”.

Há muito que o Norte se irrita com os balões, que alimentam as tensões entre as duas partes. Em 2015, Pyongyang anunciou que iria abrir fogo contra os balões de ativistas com propaganda.

Os dois países, que assinaram em 1953 um armistício mas nunca assinaram oficialmente um tratado de paz para pôr fim à Guerra da Coreia, estão separados por uma zona desmilitarizada fortificada, e continuam tecnicamente em guerra.

Armando Batista, ZAP //

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2 Comments

  1. Malta na coreia do norte anda aborrecido…. Deve estar como o partido comunista tuga de estarem sem fazer nada…

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