Coreia do Norte aprova lei que autoriza ataques nucleares “automáticos”

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jannewittoeck / Flickr

O líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un

A Coreia do Norte aprovou uma lei que autoriza o lançamento de ataques “automáticos” com armas nucleares e que declara como “irreversível” o estatuto de potência nuclear do país, avançou esta sexta-feira a imprensa estatal.

“Se o sistema de comando e controlo da força nuclear nacional estiver em risco de ser atacado por forças hostis, um ataque nuclear é realizado automaticamente e imediatamente”, refere a lei, citada pela KCNA.

Segundo a agência de notícias oficial norte-coreana, se a liderança de Pyongyang, incluindo Kim Jong-un, estivesse em perigo, um contra-ataque nuclear seria lançado, independentemente do tipo de ataque sofrido.

A lei foi aprovada numa sessão do parlamento do país na quinta-feira, durante a qual o líder norte-coreano garantiu que Pyongyang nunca abandonará o seu arsenal nuclear nem cederá às sanções internacionais contra o seu programa de armamento, nem mesmo “em centenas de anos”.

“Isto é interpretado com o propósito de sublinhar à comunidade internacional que a Coreia do Norte é um Estado com armas nucleares ‘de facto'”, disse Kim Jong-un.

O líder defendeu que as armas nucleares são necessárias para combater a hostilidade dos Estados Unidos, país que acusou de organizar uma campanha de pressão cujo “objetivo final” é derrubar o governo da Coreia do Norte.

Os contactos diplomáticos entre Washington e Pyongyang estão congelados desde 2019 devido a divergências sobre o alívio de sanções internacionais contra a Coreia do Norte e sobre uma eventual desnuclearização da península coreana.

Kim Jong-un criticou também os planos da vizinha Coreia do Sul de expandir as suas capacidades de ataque convencionais e de retomar exercícios militares em larga escala com os Estados Unidos, descrevendo-os como uma ação militar “perigosa” que aumenta as tensões.

Kim realizou testes de armas a um ritmo recorde este ano, lançando mais de 30 mísseis balísticos, incluindo as primeiras demonstrações de mísseis balísticos intercontinentais desde 2017.

// Lusa

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