Quase todos os corais podem sofrer um branqueamento massivo quando o aumento da temperatura provocada pelo aquecimento global atingir 1,5º C.
Segundo o Expresso, ainda assim, Peter Mumby, um especialista em recifes de coral, afirma ser preocupante, mas não concorda que este aumento de temperatura tornará os corais insustentáveis.
Um estudo realizado por uma equipa de cientistas das Universidades de Leeds, Texas Tech University e James Cook University, indica que quando o aquecimento global atingir 1,5°C, todos ou quase todos os corais do planeta irão sofrer um branqueamento severo, perdendo as diferentes e fortes cores que os distinguem e embelezam os oceanos, podendo acabar por não resistir.
Os corais são importantes no ecossistema por fornecem habitat a muitos seres marinhos, turismo e proteção costeira.
Os cientistas basearam-se nas mais recentes projeções do modelo climático e concluíram que com o aumento da temperatura dos oceanos, as algas que fornecem grande parte dos alimentos e cor aos corais, vão acabar por se separar deles.
Este pode ser o cenário que levará ao fim da vida dos corais, consequência, sobretudo, da queima dos combustíveis fósseis.
A boa notícia é que podem recuperar se os surtos de calor nas águas acalmarem durante vários anos.
Atualmente, o maior recife de corais do mundo, localizado em Queensland, na Austrália, está perto de um novo processo de branqueamento em massa.
Durante o estudo, os cientistas analisaram recifes de águas rasas do mundo. Cerca de 84% dos corais do mundo devem branquear menos de uma vez por década, por serem “refúgios térmicos”.
Mas apenas 0,2% da área coberta por recifes está em água fria, o que significa que poderão escapar pelo menos uma vez em cada cinco anos. Ainda assim, não é suficiente para uma recuperação.
O estudo afirma que na região do leste do Oceano Índico, a água é mais fria, sendo a única área que irá possivelmente escapar.
Scott Heron, cientista marinho da universidade James Cook e coautor do estudo, afirma que os recifes de corais sustentam cerca de mil milhões de pessoas em todo o mundo. Acrescenta ainda que o risco está a ser maior do que o esperado, sendo crucial a continuação dos trabalhos de conservação.
“Até chegarmos ao ponto em que não consigo ver um único coral, não é tarde demais”, afirma o cientista, citado pelo The Guardian.
Mas há alguns locais de esperança, segundo a principal autora do estudo, Adele Dixon, estudante de doutoramento na Universidade de Leeds. Os corais da Polinésia Francesa e do sul da Indonésia deveram sofrer menos exposição ao aumento térmico.
Ainda assim, Peter Mumby, um especialista em recifes de coral da Universidade de Queensland, duvida dos resultados da presente pesquisa. Afirma ser preocupante, mas não concorda que este aumento de temperatura tornará os corais insustentáveis.
As condições locais poderão proteger alguns recifes e mesmo que atacados, podem ter áreas que conseguiram sobreviver.