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O “coração” da Via Láctea pode ter sido criado por uma explosão de estrelas

A Via Láctea tem uma formação esférica e densa de estrelas no centro. Uma nova investigação sugere que uma única explosão de estrelas pode ter criado esta protuberância há 10 mil milhões de anos.

O centro da nossa galáxia continua a ser um mistério para os cientistas. Uma nova investigação, cujos resultados serão publicados em dois artigos na Monthly Notices of the Royal Astronomical Society (que podem ser consultados aqui e aqui), indica que uma única explosão de estrelas pode ter sido responsável pela criação da protuberância no centro da Via Láctea.

A equipa de astrónomos analisou uma amostra com cerca de 70 mil estrelas no coração da nossa galáxia, nomeadamente a composição das estrelas numa área que chega a ter mil vezes o tamanho de uma Lua cheia.

Os dados foram hospedados no programa Community Science and Data Center (CSDC), que processou mais de 7 mil exposições e comprimiu mais de 3,5 biliões de píxeis. A imagem processada de uma parte dos dados foi disponibilizada ao público e pode ser consultada neste link.

Os cientistas analisaram o brilho das estrelas em diferentes comprimentos de onda para determinar a metalicidade dos corpos celestes, isto é, a abundância de elementos mais pesados que hidrogénio e hélio.

A equipa descobriu que as estrelas do coração da Via Láctea parecem ser mais jovens do que realmente são e apresentam a mesma quantidade de metal que o Sol.

No entanto, enquanto que o Sol tem apenas 4,5 mil milhões de anos, as estrelas do centro da galáxia são muito mais antigas. O investigador Michael Rich sugere, assim, que tenha acontecido algum fenómeno – como uma explosão de estrelas – que formou metais nos primeiros 500 milhões de anos da região.

Segundo o Phys, este estudo mostrou que, como as estrelas dentro de mil anos-luz do centro da galáxia têm metalicidade parecida, elas devem ter-se formado num só episódio: uma tempestade de nascimento de estrelas que ocorreu há 10 mil milhões de anos.

Christian Johnson, o principal autor de um dos artigos, defende que estes resultados explicam o motivo pelo qual existem muitas galáxias espirais parecidas com a Via Láctea.

ZAP //

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