Campanha atira: “Vamos ser honestos. Alguns motivos dos empregadores que recusam contratar têm base em preconceitos”.
“Algumas desculpas escondem um preconceito”.
A campanha pelo emprego digno é da JRS Portugal – Serviço Jesuíta aos Refugiados.
A prioridade é clara: sensibilização para a contratação de pessoas imigrantes e refugiadas em Portugal.
Em informação enviada ao ZAP, o JRS Portugal explica que quer apelar à consciência das entidades empregadoras e demonstrar que as oportunidades de trabalho dignas e respeitadoras dos direitos humanos podem realmente fazer diferença, não só na vida dos trabalhadores imigrantes e refugiados, mas também na sociedade portuguesa como um todo.
A campanha desconstrói mitos comuns associados à contratação de pessoas imigrantes e refugiadas.
“É verdade que existem alguns desafios e contratempos na contratação de pessoas imigrantes ou refugiadas, particularmente em situações de ilegalidade. Mas vamos ser honestos. Algumas das razões dadas quando um empregador recusa a ideia de os contratar têm base em preconceitos”, sublinha a instituição.
O JRS Portugal tem reparado que há muitas barreiras à contratação de imigrantes e refugiados.
Exemplos: nacionalidade, língua, cultura, impedimentos documentais, desconhecimento da legislação ou não reconhecimento do currículo e das qualificações.
Uma frase que serve como exemplo, por parte do empregador: “Tens o perfil ideal para nós, mas vestes-te de forma diferente”.
Os empregadores também costumam contratar migrantes sem oferecer um contrato de trabalho, aproveitando a situação vulnerável da pessoa interessada no emprego.
A instituição tenta ajudar essas pessoas mas, lembra, o sucesso na integração no mercado de trabalho depende sempre de quem contrata.
“Contratar pessoas imigrantes ou refugiadas não é um gesto de caridade ou boa acção, e é precisamente isso que queremos transmitir com esta campanha. É uma situação em que todas as partes ganham, ou win-win-win: beneficia o empregador, a pessoa estrangeira contratada, mas, também, os portugueses” , analisou André Costa Jorge, director-geral do JRS Portugal.