Contentores com materiais perigosos começam a ser retirados do porto de Beirute

Nabil Mounzer / EPA

O cenário de destruição no porto de Beirute, no Líbano

O Líbano assinou um contrato com uma empresa alemã para a retirada do porto de Beirute de 49 contentores com matérias químicas inflamáveis, alguns meses após uma devastadora explosão.

A empresa transportadora alemã Combi Lift, que já trabalhava no porto, começou a retirar os contentores após a assinatura do um contrato em 11 de novembro, indicou um porta-voz do gabinete do primeiro-ministro citado pela agência noticiosa AFP.

Não foi fornecida qualquer informação sobre o destino destas matérias e as medidas a adotar no futuro, de acordo com a mesma agência.

Estes contentores, alguns transportando ácidos corrosivos, foram colocados numa zona a céu aberto durante mais de uma década sob a supervisão das autoridades alfandegárias do Líbano, indicou o mesmo responsável.

A Combi Lift deve transportar estas matérias químicas em contentores especiais, no âmbito de um contrato de 3,6 milhões de dólares (três milhões de euros), com dois milhões de dólares (1,6 milhões de euros) a serem pagos pela autoridade portuária.

O diretor interino do porto, Bassem al-Kaissi, afrmou à AFP que a retirada destas substâncias químicas constituiu “uma etapa preventiva” necessária. Caso se incendiassem, “Beirute seria arrasada”, preveniu.

A presença destes contentores suscitava preocupação desde a enorme explosão de 4 de agosto que provou mais de 200 mortos, pelo menos 6.000 feridos, e danificou bairros inteiros da capital libanesa.

Segundo as autoridades, a explosão foi provocada pelo incêndio de uma enorme quantidade de nitrato de amónio, armazenado desde há vários anos no porto.

Um estudo científico concluiu que a explosão de Beirute foi uma das mais poderosas da História que não foi produzida por uma bomba nuclear, sendo a energia libertada suficiente para abastecer mais de cem casas durante um ano.

ZAP // Lusa

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