Construir um túnel na Lua com explosivos nucleares? Os EUA já tiveram um plano para isso

China National Space Administration

Planos não avançaram com outras agências do governo norte-americano a realçarem o caráter inviável das propostas. 

O atualmente extinto Programa Avançado de Identificação de Ameaças Aeroespaciais (AATIP) do governo dos Estados Unidos da América gastou milhões de dólares dos sues contribuintes na investigação de tecnologias bizarras e experimentais, como é o caso de capas de invisibilidade, dispositivos anti-gravidade, buracos de vermes atravessáveis e uma proposta de um túnel que atravessaria a lua através de explosivos nucleares

As revelações surgem a partir de documentos obtidos pela revista Vice e que incluem quase 1.600 páginas de relatórios, propostas, contratos e notas de reuniões. Através destes é possível perceber algumas das estranhas prioridades da AATIP – um programa secreto do Departamento de Defesa que só se tornou conhecido do público em 2017, quando o antigo diretor do programa apresentou a sua demissão.

Nesse mesmo ano, o AATIP tornou-se praticamente sinónimo de OVNIs, graças aos vários vídeos agora famosos de uma aeronave não identificada que se movia em formas aparentemente impossíveis.

No entanto, os novos documentos sugerem que a AATIP esperava mais do que investigar os alegados encontros com OVNIs. Talvez a revelação mais intrigante entre os documentos sejam as dezenas de Documentos de Referência de Inteligência de Defesa (DIRDs), que discutem a viabilidade de várias “tecnologias avançadas“, isto é, “buracos de vermes transportáveis e energia negativa”, “comunicações de ondas gravitacionais de alta frequência“, “energia escura, e a manipulação de dimensões extra”, e muitos outros tópicos que podem ser familiares para os fãs da ficção científica.

Muitos dos relatórios salientam a inviabilidade da implementação de tecnologias avançadas. No relatório DIRD sobre camuflagem de invisibilidade, por exemplo, os autores  escrevem que, “os dispositivos de camuflagem são impossíveis porque requerem materiais onde a velocidade da luz se aproxima do infinito”. No entanto, os dispositivos de camuflagem que tornam objetos invisíveis aos sensores baseados nas microondas, tais como radares e detectores de movimento, estão “definitivamente ao alcance da tecnologia atual”, escreveram os autores do relatório.

Esta não é, ainda assim uma novidade, já que outros relatórios anteriores propunham extravagâncias semelhantes para a realização de tecnologias avançadas. Num relatório sobre “propulsão de massa negativa”, os autores propõem um plano para procurar metais extremamente leves no centro da lua que podem ser “100.000 vezes mais leves que o aço, mas que ainda têm a força do aço”. Para chegar ao centro da lua, os autores sugeriram a explosão de um túnel através da crosta lunar, utilizando explosivos termonucleares.

Como é óbvio, os Estados Unidos da América não bombardearam a lua e não mostram nenhuma intenção de o fazer. Na realidade as próximas missões Artemis da NASA planeiam devolver os humanos à lua apenas pela primeira vez desde a era Apollo, com o objectivo último de estabelecer uma presença humana sustentável no local.

Não é, ainda assim, claro se estes documentos da DIRD alguma vez conduziram a investimentos em tecnologias avançadas. Segundo a Vice, grande parte da agenda da AATIP dependia da investigação de uma empresa privada chamada Bigelow Aerospace Advanced Space Studies (BAASS). A empresa terá recebido um contrato de 10 milhões de dólares para o seu primeiro ano de investigação.

Esta última tranche de documentos foi publicada apenas três semanas após o jornal britânico The Sun ter obtido mais de 1.500 páginas relativas à alegada identificação de OVNIs catalogados pela AATIP. Entre os documentos constava um relatório sobre os alegados efeitos biológicos dos encontros de OVNIs nos seres humanos. O relatório enumerava consequências como a paralisia, “rapto aparente” e “gravidez não declarada” como efeitos secundários relatados de alegados encontros com OVNIs.

ZAP //

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