Luís Montenegro deixou, esta segunda-feira, um aviso à oposição: prefere ir embora do que faltar aos compromissos com os eleitores. “Não é arrogância, mas humildade”, considerou o primeiro-ministro.
Negociar com forças políticas? Luís Montenegro aceita, mas deixa um aviso: prefere “ir embora” do que faltar aos compromissos a que se propôs, quando assumiu o executivo.
Esta advertência foi transmitida pelo primeiro-ministro no enceramento da conferência “Millennium Talks”, que decorreu no pavilhão Carlos Lopes, em Lisboa.
Montenegro fazia alusão a medidas do programa apresentado pelo Governo, intitulado “Acelerar a economia”, designadamente à projetada descida do IRC (Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Coletivas), aplicada a todas as empresas que obtenham rendimentos em Portugal, para 15% até 2027.
“A política fiscal não é um instrumento de política financeira, mas, sobretudo, de política económica e social. Deve mexer-se num imposto para haver maior crescimento económico. Quando decidimos diminuir o IRC, quando fazemos isso, olhamos para o efeito económico e social das medidas”, começou por declarar o líder do executivo.
Luís Montenegro disse não ser “irresponsável” em matéria de equilíbrio das contas públicas, mas advogou que, quando desce o IRC, não está somente a pensar na receita fiscal.
“Não aceito contrariar a minha palavra”
Depois, o líder do executivo português referiu-se ao cumprimento do programa do Governo do ponto de vista político e às críticas que tem recebido dos partidos da oposição, designadamente em matéria de descida de IRC.
“Aceito negociar, quero obter o maior consenso possível”, começou por dizer, mas advertiu: “não aceito contrariar a minha palavra, não aceito deturpar os compromissos que assumi perante os portugueses, perante o Presidente da República e perante os deputados ao nível do programa”.
O primeiro-ministro foi ainda mais longe nos avisos às forças da oposição, depois de referir que quer aproximar posições e de ter defendido que o seu Governo tem dado passos nesse sentido.
“Não nos podem pedir para fazer o contrário daquilo que nos comprometemos perante os portugueses. Para isso, prefiro ir embora. Não vou andar com jogos, nem a simular negociações. Digo isto de peito aberto. Não é arrogância mas humildade”, sustentou.
ZAP // Lusa
Em relação aos governos de Costa, muito melhor… Mas precisa de chegar a entendimentos equilibrados sem linhas vermelhas só porque não é não!