Os países estão divididos sobre o regresso da testagem nas fronteiras, mas concordaram na aquisição conjunta de medicamentos contra a covid-19. Ficaram no ar também avisos à Rússia e à Bielorrússia.
O objectivo é o mesmo – combater o aumento de novos casos de covid-19 e travar a variante Ómicron – mas os métodos propostos variam muito. Reunidos em Bruxelas para o último Conselho Europeu deste ano, os líderes dos governos e chefes de Estado dos 27 mostraram-se preocupados com o crescimento da nova variante, que pode tornar-se dominante já em Janeiro.
Mas tal como assinalou Ursula von der Leyen, as abordagens de controlo da pandemia variam muito entre os 27, assim como as taxas de vacinação. Há países, como Portugal, onde a taxa da população totalmente vacinada está acima dos 80%, mas há outros onde esta ainda não chega aos 50%. Na UE, a média é de 67%.
“Mesmo quando lutamos ainda contra a [estirpe] Delta, sabemos que a variante Ómicron está realmente a ameaçar-nos, está a espalhar-se a um ritmo feroz e tem potencialmente o risco de escapar às nossas vacinas. Sabemos que os nossos sistemas de saúde estão sobrecarregados neste momento e isto está em parte ligado ao grande número de pacientes não vacinados”, avisou a presidente da Comissão.
Apesar dos apelos de von der Leyen, a discórdia era aparente na questão da testagem obrigatória nas fronteiras. Países como Portugal, Itália, Grécia ou Irlanda explicaram porque exigem novamente testes, com o primeiro-ministro italiano; Mario Draghi, a defender também a quarentena obrigatória para viajantes não vacinados.
Já o seu homólogo grego, Kyriakos Mitsotakis, justifica os testes para que o país “ganhe tempo” na altura do Natal para “administrar as doses de reforço”. António Costa também não recua, tendo já anunciado o prolongamento do controlo das fronteiras até 9 de Janeiro, que considera ser uma medida “absolutamente essencial”.
Já Olaf Scholz, que se está a estrear no cenário europeu como chanceler alemão, mostrou a sua discórdia, dizendo ser “importante” garantir a liberdade de circulação na Europa. Emmanuel Macron partilha a mesma opinião, duvidando da eficácia destas medidas, já que “a partir do momento em que uma variante está num país europeu, espalha-se rapidamente para outro”.
O primeiro-ministro do Luxemburgo, Xavier Bertel, também questiona “a lógica de dizermos que um teste PCR é mais importante do que a vacinação completa”. Sobre esta questão, António Costa afirmou que os certificados de vacinação continuam a ser importantes, mas que a testagem voltou devido às assimetrias na vacinação na UE.
E combater estas assimetrias é uma prioridade para todos. “A resposta só pode ser aumentar a vacinação, nomeadamente para incluir crianças com mais de cinco anos de idade, e adoptar medidas de proteção”, afirmou a presidente da Comissão Europeia após a cimeira, lembrando que, apesar das dificuldades, “há esperança” já que a UE está hoje “numa posição muito melhor do que no ano passado”.
Sobre as medidas nas fronteiras, como são uma questão interna, foram apenas referidas na conclusão como tendo de ser “proporcionais”, mas chegou-se a acordo sobre a fixação de nove meses de validade dos certificados de vacinação e também sobre a compra conjunta de medicamentos contra a covid-19.
Os medicamentos não eram a única proposta de compra conjunta tendo o primeiro-ministro espanhol sugerido também a aquisição em bloco de gás natural devido aos preços da energia, uma tema que já tinha sido debatido no Conselho de Outubro.
A proposta de Pedro Sánchez e está longe de ser consensual e a energia deve voltar a ser debatida na próxima reunião europeia, marcada para Março, especialmente devido às divergências sobre o uso de energia nuclear sugerido pela França e sobre a criação de uma taxa sobre a emissão do carbono.
Raspanetes para Minsk e Moscovo
As tensões com a Bielorrúsia e com a Rússia também foram também a discussão – havendo já bastante mais consenso nestas questões.
Ficou bem sublinhada a forte condenação europeia à “instrumentalização de migrantes e refugiados pelo regime bielorrusso” e uma promessa de que o bloco vai responder ao “ataque híbrido” de Alexander Lukashensho “de forma determinada” mas “em linha com a legislação europeia e as obrigações internacionais”.
A UE apela também à “libertação imediata e incondicional de todos os presos políticos, e o fim da repressão da sociedade civil e dos media independentes”.
Sobre a Rússia, que nos últimos dias tem aumentado a presença militar perto da fronteira da Ucrânia e já ameaçou uma invasão e o uso de armas nucleares no continente europeu, ficou o aviso de que “qualquer nova agressão militar contra a Ucrânia provocará uma resposta com gravíssimas consequências e enormes custos”.
O texto deixa a pairar no ar a imposição de mais sanções, mas ainda nada ficou determinado, já que a estratégia europeia é, para já, “encorajar os esforços diplomáticos” e evitar “estar sempre num crescendo de tensão com a Rússia”, tal como tinha afirmado António Costa.
Estes gajos que querem começar guerras, como putin ou lukashenko, devem viver em dimensões muito estúpidasópsicadélicas. Se ao menos fossem os dirigentes para um ringue de boxe ver quem ganhava, mas não, põe em risco a vida de milhares de pessoas, de soldados, de infraestruturas, destroem tudo á volta deles, enquanto eles, dirigentes, permanecem seguros, bem alimentados nos seus palácios luxuosos. Gajos que são responsáveis pelo próprio país e pela vida de tanta gente , deviam ser o cúmulo da diplomacia, mas afinal criam guerras estúpidas e desnecessárias.
É sempre bom haver mais de uma super-potência. Sempre bom… Monopólios nunca foram positivos, senão para quem os pratica, claro está.