Cáritas considera que Conselho Europeu “declarou guerra” aos migrantes e refugiados

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A Cáritas Europa considerou as conclusões do Conselho Europeu de quinta-feira “uma inaceitável declaração de guerra aos migrantes e refugiados”, sublinhando que aumentar as medidas de repressão nas fronteiras da UE não vai salvar mais vidas.

“Registámos as conclusões profundamente dececionantes da reunião extraordinária do Conselho Europeu na quinta-feira. Não importa até onde a UE alargar no Mediterrâneo a ‘fortaleza Europa’, isso não impedirá nunca as pessoas de arriscarem as suas vidas para entrar na Europa se os problemas na origem não forem resolvidos”, afirma a Cáritas em comunicado.

“Entendemos as conclusões do Conselho como uma inaceitável declaração de guerra aos migrantes e refugiados“, sublinha.

Para a Cáritas Europa, “esta abordagem repressiva só levará pessoas desesperadas a correr ainda mais riscos para alcançar a Europa, levando a mais mortes”.

Os líderes europeus decidiram “preparar ações para capturar e destruir as embarcações dos traficantes antes que estas possam ser usadas, em linha com o direito internacional e respeitando os Direitos Humanos”, anunciou o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk.

Tusk informou que a UE vai triplicar as verbas e “aumentar significativamente” o apoio logístico da Operação Tritão de patrulha e salvamento no mar Mediterrâneo, tendo os Estados-membros assumido o compromisso de reforçar o número de navios, helicópteros e peritos.

O presidente do Conselho Europeu salientou que vai ser aumentada a cooperação contra redes de contrabando, através da Europol e colocando agentes de imigração em países terceiros, na cimeira extraordinária para debater a “situação trágica no Mediterrâneo”, onde já morreram de centenas de migrantes e refugiados subsaarianos.

“O Conselho Europeu mostrou uma vez mais que os seus líderes perderam o rumo e parecem ter esquecido que a solidariedade é um valor central da UE”, alerta.

A confederação europeia de estruturas humanitárias da Igreja Católica lembra os líderes europeus que para responder à situação no Mediterrâneo são precisos uma operação europeia de busca e socorro nas fronteiras externas do espaço europeu, com uma missão humanitária inequívoca, canais seguros e legais para quem procurar proteção ao fugir de guerras e perseguições, e canais legais para migrantes laborais.

/Lusa

1 Comment

  1. Embora dura e cruel ,esta medida de barrar as fronteiras não será de todo descabida. Temos que aceitar, que o pote vai enchendo, enchendo e um dia haverá o derrame. Se muitos países já vivem em condições deficitárias, como poderão aceitar mais lotação humana? Que condições passariam a ter estes migrantes e os respetivos autóctones? É evidente que devemos ter coração e atentar que grande parte foge á morte (ou adia-a) perante o desespero e arrisca tudo. Muitos quiçá, já perderam o que tinham a perder (até o gosto de viver). Outros pegar-se-ão nem que seja a silvas para flutuar e não morrer. Também não será difícil imaginar que pelo meio, passem agentes de tráfico e terrorismo para controle e posicionamento estratégico no meio dos povos europeus ( até ao momento) .Um mundo melhor já será ter paz e não estar continuamente debaixo de fogo. Tudo isto nos deverá fazer refletir. Também não será difícil imaginar que pelo meio destas migrações , passem agentes de tráfico e terrorismo para controle e posicionamento estratégico no meio dos povos europeus ( até ao momento) O problema principal, a meu ver, passará por atacar o touro de frente e provocar-lhe a estocada devida. É na sua origem que terá que ser combatida toda a origem deste êxodo : 1º Como chegam as armas aos combatentes? 2º Não serão esses países fornecedores de armamento os responsáveis? E aqueles países que lhes facultam os campos de treino? Porque não combate-los no próprio terreno protegendo as populações continuamente fustigadas? Há declarações internacionais que não o “permitirão” no entanto ninguém poderá alhear-se de que isto é uma catástrofe mundial e mais dia ou menos, ninguém escapará, por isso deverão ser tomadas todas as medidas para definhar o demónio na origem e secar-lhes a principal fonte de receita, o PETRÓLEO. Se tal não acontecer estaremos cada vez mais próximos duma guerra mundial e do apocalipse final.

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