Reino Unido, França, Alemanha e EUA condenam, em conjunto, a utilização do agente neurotóxico contra Sergei Skypal e a filha e falam em “violação do direito internacional”.
Esta quinta-feira, os líderes do Reino Unido, França, Alemanha e EUA repudiaram, em conjunto, a utilização do agente neurotóxico Novichok contra Sergei Skypal e a filha como uma “violação do direito internacional” e uma “ameaça à segurança de todos”.
“Este uso de um agente neurotóxico de grau militar, de um tipo desenvolvido pela Rússia, constitui o primeiro uso ofensivo de um agente neurotóxico na Europa desde a Segunda Guerra Mundial”, consta num comunicado, divulgado esta quinta-feira.
“É um assalto à soberania do Reino Unido e qualquer utilização desse tipo por um Estado é uma clara violação da Convenção sobre Armas Químicas e uma violação do direito internacional. É uma ameaça à segurança de todos nós“, referem ainda.
Em causa está o ataque contra Sergei e Yulia Skypal a 4 de março de 2018 em Salisbury, no Reino Unido, na sequência do qual um agente de policia britânico também foi exposto à substância, permanecendo os três hospitalizados.
O Reino Unido informou os aliados de que era “altamente provável que a Rússia fosse responsável pelo ataque” e estes manifestaram a sua solidariedade.
“Concordamos com a avaliação do Reino Unido de que não há nenhuma explicação alternativa plausível, e observamos que a falha da Rússia em responder ao pedido legítimo do governo britânico também contribui para a sua responsabilidade”, afirmam, reiterando o pedido a Moscovo para providenciar informação relacionada com este caso.
“A Rússia deve, em particular, fazer uma publicação total e completa do programa Novichok à Organização para a Proibição de Armas Químicas”, sublinham, apelando ainda a Moscovo para que assuma as suas responsabilidades enquanto membro do Conselho de Segurança da ONU “para defender a paz e a segurança internacionais”.
A Rússia nega qualquer a responsabilidade no ataque, que já mereceu a condenação de vários governos, incluindo o de Portugal, e de dirigentes como os presidentes norte-americano, Donald Trump, e francês, Emmanuel Macron, a chanceler alemã, Angela Merkel, e o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg.
Rússia pondera expulsar diplomatas britânicos
Depois de Theresa May ter anunciado a expulsão de 23 diplomatas russos, também a Rússia tenciona expulsar diplomatas britânicos.
A resposta da Rússia não irá tardar, e, enquanto não há uma decisão definitiva, o porta-voz do governo russo, Sergei Lavrov, afirma que a expulsão de diplomatas deve “definitivamente” acontecer e que está para breve.
Este comunicado do ministro dos Negócios Estrangeiros russo, avança a TSF, surge na sequência da luta política entre os dois países que se despoletou no último mês, devido ao envenenamento do antigo espião russo e da filha.
ZAP // Lusa