Conceição salva experiências de Martínez e Portugal entra a ganhar

Clemens Bilan / EPA

Que sofrimento! Portugal entrou a ganhar no Grupo F do EURO 2024, por 2-1, frente à Chéquia, mas o triunfo surgiu somente nos descontos, num golo de Francisco Conceição que já pouca gente esperava.

Os lusos entraram com um figurino surpreendente, jogaram um futebol confuso, embora sólido defensivamente, com os seus jogadores claramente inadaptados à ideia, e viram-se em desvantagem pouco depois da hora de jogo.

Porém, um autogolo e o golo de Conceição acabaram por colocar justiça no resultado, uma vez que só a turma das “quinas” jogou ao ataque à baliza contrária.

Roberto Martínez surpreendeu na formação inicial, sem João Palhinha, mas com Nuno Mendes como central pela esquerda e Diogo Dalot a lateral-direito, tudo num esquema de 1x3x4x3 muito móvel, mas que também fazia prender muito o jogo da Selecção, com os seus jogadores a pararem para procurarem os colegas de equipa.

Portugal dominou por completo na primeira parte, com muita bola e uma grande ocasião aos 26 minutos, mas Rafael Leão chegou um pouco atrasado ao passe de Bruno Fernandes. E aos 32 foi Jindřich Staněk a negar o golo a Ronaldo.

No total, Portugal falhou três flagrantes no primeiro período.

No segundo tempo a pressão de Portugal intensificou-se, com cruzamentos, algumas boas combinações, mas muito desnorte e pouco conhecimento do posicionamento dos colegas.

Até que aos 60 minutos a Chéquia mexeu, no ataque, dando mais velocidade, e o golo surgiu, num grande pontapé de Lukáš Provod (62′).

Portugal reagiu e, aos 69 minutos, o golo do empate, com Robin Hranáč a fazer autogolo num lance confuso (como o jogo luso) antecedido por um cabeceamento de Nuno Mendes.

O jogo continuou confuso, partiu um pouco e Portugal marcou o segundo, por Diogo Jota, após cabeceamento de Ronaldo ao poste, mas o golo foi anulado por fora-de-jogo.

Só que nos descontos, contou mesmo. Francisco Conceição, entrado dois minutos antes, aproveita um erro contrário após jogada de génio de Pedro Neto para dar o triunfo a Portugal.

O Jogo em 5 Factos

Domínio absoluto – Quase só deu Portugal, que terminou com 72% de posse de bola e 19-5 em remates, mas essa superioridade vê-se também no número de cruzamentos de bola corrida. Os lusos fizeram 24, novo máximo deste EURO, o problema foi que 21 não encontraram portugueses na área chega, também valor mais alto.

“Trêjajéro” – A pressão ofensiva de Portugal deu à equipa 13 pontapés de canto, novo recorde do EURO, mais quatro que o segundo valor mais elevado. Os checos não beneficiaram de nenhum.

Nos antípodas das ações defensivas – Outro dado que espelha o jogo. A Chéquia fixou novo máximo de ações defensivas na prova, 85, mais dez que o segundo valor mais alto. Portugal fixou o… mínimo destas ações (33).

Velhos são os trapos – Cristiano Ronaldo enquadrou três dos seus cinco remates. Nenhum jogador neste EURO conseguiu mais. O outro “cota”, Pepe, recuperou 11 vezes a posse de bola, novo recorde.

Bruno, sempre ele – O médio do United, Bruno Fernandes, liderou os ratings durante bastante tempo. Criou uma ocasião flagrante em dois passes para finalização, acertou 70 de 82 entregas, somou 11 ações com bola e seis conduções progressivas.

Melhor em Campo

Jogo incrível de Vitinha. Sempre de cabeça levantada, tomou as decisões certas, defendeu, organizou, atacou e até falhou uma ocasião flagrante que lhe corta um pouco a nota.

Vitinha foi o MVP, com um GoalPoint Rating de 7.2, fruto de três remates, dois enquadrados, só quatro passes errados em 88 (95% de eficácia), o máximo de acções com bola (112) e oito recuperações de posse.

Resumo

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