Comportamentos alimentares atípicos podem ser um indicador para diagnosticar autismo em crianças. Preferências alimentares limitadas é um dos comportamentos que pode levantar suspeitas.
Há um novo indicador no diagnóstico de autismo entre crianças. Os comportamentos alimentares atípicos, como uma preferência limitada de alimentos, hipersensibilidade a texturas ou temperaturas da comida e engolir comida sem mastigar são comuns em muitas crianças com um ano de idade.
Para chegarem a esta teoria, os cientistas da Universidade Estatal da Pensilvânia entrevistaram pais de mais de 2 mil crianças sobre os hábitos e comportamentos alimentares dos filhos. De seguida, analisaram a diferença na frequência de comportamentos alimentares atípicos entre crianças normais e crianças com autismo e outros distúrbios.
Estes comportamentos estranhos na alimentação dos filhos revelaram ser mais comuns em crianças com autismo (70,4%) quando comparado com crianças com outros distúrbios (13,1%) e crianças normais (4,8%). As limitações nas preferências alimentares está no topo da lista, com 88% das crianças com autismo a terem este problema.
Seguem-se hipersensibilidade a texturas de comida (46%), comer alimentos de apenas uma marca (27%), engolir comida sem mastigar (19%) e pica (12%), que consiste no apetite por coisas ou substâncias não alimentares, como terra, moedas, carvão, etc. Os resultados serão publicados, em agosto, na revista Research in Autism Spectrum Disorders
“Se um provedor de cuidados primários ouvir falar destes comportamentos dos pais, devem considerar fazer um rastreamento de autismo à criança“, disse a psiquiatra Susan Meyes, citada pelo Tech Explorist. Quanto mais cedo for diagnosticado o autismo, mais depressa a criança pode ser tratada.
“Há uma diferença entre os comportamentos alimentares preocupantes e os hábitos alimentares exigentes das crianças pequenas. A maioria das crianças sem necessidades especiais irá lentamente adicionar alimentos às suas dietas durante o desenvolvimento, mas as crianças com autismo, sem intervenção, muitas vezes permanecerão seletivos na alimentação”, explicou o diretor do Programa de Alimentação do Hospital Infantil da Pensilvânia, Keith Williams.