/

Como é que a Google vai provar que a nossa consciência é movida por mecanismos quânticos?

Hartmut Neven, que dirige o laboratório de Inteligência Artificial (IA) quântica da Google, quer ligar os nossos cérebros a processadores quânticos para testar a ideia de que a consciência envolve fenómenos quânticos.

A ideia de que a consciência tem raízes na mecânica quântica é bastante controversa.

Hartmut Neven, responsável pelo Laboratório de IA Quântica da Google, quer agora desafiar os céticos, ao propor que computadores quânticos podem ajudar a desvendar o mistério da nossa consciência.

Como explica a New Scientist, a teoria de Neven baseia-se numa adaptação das ideias de Roger Penrose, que sugeriu que os momentos conscientes surgem do colapso de superposições quânticas no cérebro.

Hartmut Neven, expert em física e a neurociência computacional, lidera um dos mais avançados laboratórios de computação quântica do mundo. Recentemente, a equipa que lidera desenvolveu o processador quântico Willow, capaz de realizar cálculos em tempos que desafiam até o mais poderoso supercomputador clássico.

O líder da IA da Google acredita que a mecânica quântica pode oferecer uma explicação única para a consciência. Concretamente, Neven sugere que a consciência emerge da seleção de uma realidade clássica entre as várias possibilidades descritas pela física quântica.

Esta abordagem atribui aos estados quânticos um papel fundamental no processo consciente, indo além da visão clássica da mente como uma simples máquina biológica.

Como testar a “consciência quântica”

Para testar esta hipótese, Neven propõe um “protocolo de expansão”, onde cérebros humanos seriam emaranhados com computadores quânticos.

A ideia interligar os qubits do cérebro com os qubits do processador quântico, de modo a que se possa expandir a experiência consciente, criando sensações mais ricas e complexas. Este teste seria uma forma de observar diretamente os estados quânticos associados aos processos mentais e correlacioná-los com experiências conscientes específicas.

Contudo, experiências com anestésicos já oferecem indícios intrigantes. Alguns estudos sugerem que isótopos de gases anestésicos, com propriedades quânticas diferentes, afetam a consciência de formas que não podem ser explicadas pela física clássica.

Segundo Hartmut Neven, citado pela New Scientist, estes dados podem ser uma “arma fumegante” a favor da teoria da consciência quântica.

A teoria quântica da consciência de Neven propõe uma visão revolucionária sobre a mente e a matéria. Se as suas experiências forem bem-sucedidas, podem não só confirmar que a consciência tem raízes quânticas, como também abrir novos horizontes para a exploração da mente humana e a criação de estados de consciência superiores.

https://zap.aeiou.pt/?p=652059

Obstáculos técnicos e filosóficos

No entanto, embora promissora, esta abordagem enfrenta, obstáculos. A interligação entre cérebros e processadores quânticos exige tecnologias não invasivas, como a ressonância magnética nuclear, ainda em fases iniciais de desenvolvimento.

Além disso, permanece a questão de se esta visão é capaz de resolver paradoxos fundamentais da física quântica sem violar princípios como a causalidade.

ZAP //

Siga o ZAP no Whatsapp

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.