Guarda prisional estava de folga mas ouviu um estrondo e foi logo para o rio. Aparelho não tinha caixa negra. Ficou totalmente destruído.
O helicóptero que caiu no Rio Douro, nesta sexta-feira, já foi recolhido na manhã de hoje, sábado.
Os destroços vão seguir para Viseu, para se tentar perceber a origem da tragédia.
A maior queda de sempre em Portugal, neste contexto, provocou a morte de pelo menos quatro pessoas – todas militares da Unidade de Emergência de Proteção e Socorro (UEPC).
O piloto sobreviveu, uma pessoa continua desaparecida – também era elemento da UEPC.
Rui da Silva Lampreia, capitão do Porto do Douro, contou aos jornalistas que as buscas desta manhã não tiveram o resultado desejado: o único corpo que falta continua desaparecido.
Foram encontrados apenas bens pessoais, numas buscas que juntam 200 operacionais, 15 embarcações e 40 viaturas.
“A esperança nunca deverá morrer, as buscas vão continuar”, assegurou o responsável, que confirmou que a navegabilidade naquela zona do Douro continuará interdita.
Não foi amaragem
Silva Lampreia anunciou que o aparelho não tinha caixa negra.
Mas tudo indica que a violência do impacto foi “bastante forte” e deixou o aparelho “irreconhecível, causou a destruição total da aeronave”.
“Se fosse amaragem, a aterragem seria mais suave e as consequências seriam menos gravosas”, explicou.
Relato de moradora
Maria Ribeiro assistiu à queda do helicóptero. Mora numa casa mesmo em frente ao local do acidente e estava na varanda no momento da tragédia.
Viu o aparelho a “descer muito” em direcção ao rio e, num primeiro momento, até pensou que fazia parte de uma festa local.
Mas depois viu a queda: “A água explodiu, em dois segundos deixei de ver o helicóptero“, que se afundou imediatamente.
A moradora ainda viu o piloto, o único sobrevivente: “Vi-o na água, a batalhar, quando chegou um barco, e conseguiu encostar-se a ele”.
“Era o único (sobrevivente), não viram mais ninguém“, relatou.
“Comandos prenderam”
Quem avisou esse barco foi um guarda prisional, que estava de folga naquela zona.
“Ia entrar em casa e ouvi um estrondo muito forte. Percebi logo que um helicóptero tinha caído”, contou Alfredo Coelho, também na RTP.
“Fui a correr para o rio e vi uma pessoa a pedir ajuda. Disse-lhe ‘Tente vir mais para cá’. Ele aproximou-se mais da margem mas depois disse que não aguentava mais“.
O resgate foi complicado: “Aquilo é muito lodo, não é fácil estar a puxar alguém que não dava a mão, nada. Doía-lhe muito as pernas, tinha sangue na cara. E via-se que estava muito preocupado com os outros cinco”.
Segundo este guarda prisional, que foi a primeira pessoa a estar com o sobrevivente, o piloto explicou a origem do acidente: “Foram os comandos que prenderam”.
Estiveram 20 minutos juntos na margem do rio. Depois, Alfredo Coelho chamou o barco e ajudou o piloto a entrar, com uma bóia que a embarcação tinha atirado.
“O barco ainda deu duas ou três voltas, não havia mais ninguém“, lamentou.
Investigação no terreno concluída
A investigação no local, pelo menos a fase essencial, está concluída, anunciou o Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários (GPIAAF).
A entidade responsável pela investigação indicou na noite passada, à agência Lusa, que já ouviu o piloto e as testemunhas.
O GPIAAF deverá publicar na próxima terça-feira uma nota informativa com as constatações iniciais e o caminho a prosseguir pela investigação.
(artigo actualizado)
Não há comentários dos esquerdalhas técnicos d aeronáutica? Que contrataram e compraram, pelo mais baratinho helis monomotor pra combate e transporte? Non? Palhacitos a cruz é vossa
Oh chegano sem noção, o que é que isto tem a ver com política?