Com receios de nova variante, países impõem restrições a viajantes vindos da China

Philipp Guelland / EPA

Autoridades chinesas apelaram a uma “abordagem científica e proporcional” e medidas iguais para os cidadãos de todos os países. 

O fim da política “covid zero” na China está a ter repercussões muito para além do país asiático. Se numa primeira fase a preocupação era a da afluência desmedida aos hospitais chineses, pouco preparados para o número de infetados que a ausência de restrições motivou, agora, vários governos, apoiados nas opiniões de cientistas, temem que o número de infeções propicie o aparecimento de novas variantes. Como tal, são cada vez mais os países que estão a decretar restrições nas fronteiras.

Estados Unidos e Itália deram o tiro de partida, com a exigência de apresentação de um teste negativo aos passageiros que chegam de voos provenientes da China, Hong Kong e Macau. Uma alternativa é a apresentação de um documento que comprove a recuperação do vírus. “Estes dados são críticos para monitorizar a vaga de casos eficazmente e diminuir a hipótese de entrada de uma nova variante preocupante”, justificou o Centro de Controlo e Prevenção de Doença.

Já Itália vai proceder ao teste dos indivíduos que cheguem da China, depois de as autoridades em Milão terem detetado casos de covid-19 em metade dos passageiros de um voo proveniente da China. A maioria dos passageiros, escreveu a Bloomberg, não apresentava sintomas.

As novas medidas não estão a ser bem recebidas pelas autoridades chinesas, que apelam a uma “abordagem científica e proporcional” e medidas de resposta iguais para os cidadãos de todos os países.

Esta quinta, o Comité de Segurança da Saúde da União Europeia esteve reunido para discutir a situação, apesar de a Comissão já ter reconhecido que a variante predominante na China já estava ativa na Europa e os riscos não aumentaram nas últimas semanas após o fim da política “covid zero”.

Também o dirigente da comissão de avaliação de riscos de saúde francesa explicou que em termos científicos “neste momento não há razão para voltar a fazer controlo das fronteiras”. Já as autoridades alemãs disseram igualmente não verem necessidade de impor novas restrições de viagens, ao passo que as austríacas destacam os benefícios económicos dos turistas chineses à Europa.

ZAP //

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