Prosseguem na manhã desta terça feira as buscas pelos dois desaparecidos do embate entre um catamarã e um ferry. Pescadores estariam a fugir da polícia.
Uma colisão entre um ferry da Transtejo e um barco de pesca no rio Tejo, em Lisboa, pelas 17:05 desta segunda-feira, provocou dois feridos graves e duas pessoas estão desaparecidas, informou à Lusa fonte oficial da Autoridade Marítima Nacional.
De acordo com a porta-voz da entidade, pelas 17h05 foi recebido o alerta para uma “colisão entre um ferry e uma embarcação de pesca, e há duas pessoas desaparecidas nas águas do Tejo e dois feridos graves já recolhidos”.
O ferry fazia a ligação entre o Barreiro e Lisboa e os feridos estão a ser assistidos pelo Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM).
De acordo com o Observador, a embarcação de pesca tinha o nome de “Bina”, e os homens que lá se encontravam estariam a fugir da polícia, contam outros pescadores.
“As pessoas estão a fugir às ações de fiscalização da Polícia Marítima e, infelizmente, há acidentes”, diz um pescador da zona, mas reconhece que “as autoridades estão apenas a fazer o seu trabalho”.
O “Bina”, sustenta a recolha de material feita pela polícia, seria destinado a pesca ilegal de amêijoa.
Nas operações de socorro e de buscas estão envolvidas uma embarcação do Comando-local da Polícia Marítima de Lisboa, uma embarcação da Estação Salva-vidas da Capitania do Porto de Lisboa e uma embarcação dos Bombeiros Sapadores de Lisboa.
Um comunicado da Transtejo a que o Observador teve acesso garante que o comandante do ferry não acusou consumo de álcool no teste ao sangue que já realizou.
Segundo a empresa, a embarcação terá avisado o catamarã com “vários alertas sonoros“, todos “ignorados” pelos pescadores.
O comandante da Polícia Marítima confirmou que foi o mestre da embarcação de passageiros a dar o alerta que tinha colidido com uma “embarcação mais pequena”, com quatro ocupantes, dois dos quais foram resgatados junto ao cais da Margueira e assistidos pelos bombeiros de Cacilhas.
“Vai descer a maré e as buscas vão decorrer até que julguemos que há condições para as fazer”, afirmou o capitão do porto de Lisboa, Paulo Rodrigues Vicente.
“Não temos previsão em termos de horas para fazer as buscas, vamos ver as condições, vamos bater a zona, vamos verificar todas as zonas ali perto”, explicou o comandante da Polícia Marítima de Lisboa, acrescentando que o “rio tem características muito especiais, não é mar aberto, a corrente tem uma forte influência no transporte de pessoas” e vão “agarrar nessa experiência e tentar encontrar essas pessoas”.
Durante a noite de segunda feira, as buscas foram suprimidas, tendo sido retomadas esta manhã. Já foi aberto um inquérito para apuramento das circunstâncias e responsabilidades.
ZAP // Lusa