Gonçalo Borges Dias / Lusa

Luís Montenegro e António Costa estiveram presentes na reunião da “Coligação de Interessados”
Os “Interessados” já são quase 30 países — da Europa e fora dela. O que querem é bem claro: enviar ajuda para a Ucrânia e travar a guerra. E o que querem os portugueses?
O primeiro-ministro britânico Keir Starmer reuniu este sábado com os “interessados” na coligação que, junto com o presidente francês Emmanuel Macron, propôs.
A reunião contou com cerca de 30 países (europeus ou não), que se mostraram prontos a contribuir par ao fim da guerra na Ucrânia. Entre eles encontravam-se também representantes ucranianos.
E Luís Montenegro também marcou presença na reunião online. À saída, publicou no X: “Participei hoje numa reunião promovida pelo Reino Unido e pela França no quadro dos esforços para alcançar um cessar-fogo na Ucrânia, com base em negociações para uma paz justa e duradoura. Seguindo os princípios do direito internacional, estaremos ao lado dos nossos aliados para garantir a paz e a segurança hoje e no futuro”.
A Lusa cita ainda uma fonte do gabinete do primeiro-ministro, que afirma que “Portugal tem manifestado disponibilidade para contribuir em conjunto com os seus parceiros europeus, para um quadro de iniciativas que contribuam para alcançar a paz, em linha com os princípios do direito internacional, e para garantir que a mesma possa ser sustentável no tempo”.
Confirma-se, portanto, o alinhamento português ao lado dos líderes internacionais comprometidos a defender a Ucrânia. Esteve também presente na reunião o presidente do Conselho Europeu, António Costa.
“Se for necessário que haja tropas no terreno e que os parceiros europeus as constituam, Portugal estará naturalmente disponível, como tem estado noutros teatros de operações, do lado daqueles que garantem a paz”, dissera já Montenegro numa reunião do Conselho Europeu.
E não são só os países mais próximos do conflito do leste europeu que se prontificam a ajudar. Também a Austrália, a Nova Zelândia e o Canadá se alinham com a Europa.
De acordo com Keir Starmer, foram tomadas algumas decisões na reunião, tais como: “na eventualidade de um cessar-fogo, sublinhámos a necessidade de mecanismos de monitorização fortes, para garantir que quaisquer violações de um acordo sejam identificadas e denunciadas”.
“O meu sentimento é que, mais cedo ou mais tarde, (a Rússia) terá de se sentar à mesa e participar numa discussão séria, mas — este é um grande mas para nós, esta manhã, na nossa reunião — não podemos ficar sentados e simplesmente esperar que isso aconteça”, disse ainda.
É por isso que a Coligação de Interessados quer agir, através do apoio militar à Ucrânia. O primeiro-ministro do Reino Unido sublinhou ainda a necessidade de e “manter a pressão” sobre Vladimir Putin para que aceite o cessar-fogo.
De fora fica a Itália, com a primeira-ministra Giorgia Meloni a reafirmar que “não está prevista a participação nacional numa eventual força militar no terreno”. O primeiro-ministro húngaro Viktor Orbán também já afirmou que a entrada da Ucrânia na União Europeia nunca será por si validada.
O que querem os portugueses?
Esta semana o ministro da Defesa Nuno Melo voltou a não excluir a hipótese do envio de tropas portuguesas para a Ucrânia, depois de um possível acordo de paz, num contexto, só e apenas, de cessar-fogo.
A declaração foi feita no podcast “Hora da Verdade“, do Público e Renascença. Admitiu ainda que o próximo pacote de ajuda de Portugal à Ucrânia possa exceder 300 milhões de euros.
Mas, afinal, os portugueses concordam ou não com este alinhamento de Portugal à Inglaterra e França?
De acordo com a sondagem realizada pela Aximage para o DN, há uma grande divisão do país nesta matéria, com 44% dos inquiridos a “concordar” ou “concordar totalmente”, e 43% a “discordar” ou “discordar totalmente”.
No entanto, apenas 12% dos portugueses “concorda totalmente” com o envio de tropas para a Ucrânia. A opinião que reúne mais adesão (32%) é um simples “concordo”.
Ataques continuam
Apesar de uma negociação cada vez mais provável do cessar-fogo (com Putin a admitir pela primeira vez aceitar o acordo de 30 dias caso haja algumas mudanças nos parâmetros), nem por isso têm fim os bombardeamentos na Rússia e na Ucrânia.
O Ministério da Defesa russo disse este sábado ter abatido 126 drones ucranianos, 64 dos quais na região de Volgogrado, segundo escreve a agência Lusa.
Já a força aérea da Ucrânia disse este sábado que a Rússia lançou 178 drones e dois mísseis balísticos sobre o país durante a última noite. Cerca de 130 drones foram abatidos, enquanto outros 38 foram perdidos enquanto se dirigiam aos seus alvos.
A Rússia atacou instalações energéticas, causando danos significativos, garante a Ucrânia, e atingiu a infraestrutura energética nas regiões de Dnipropetrovsk e Odessa, deixando moradores da região sem eletricidade. Houve feridos, mas não há regsitos de vítimas mortais.
Envio de tropas portuguesas para a Ucrânia?
Por que devo enviar meu filho para a guerra se Portugal está cheio de ucranianos a trabalhar nas obras?
Está tudo louco? Mandar tropas e dinheiro para alimentar um conflito que nada tem a ver connosco? A guerra é entre a Rússia e a Ucrânia, e mais ninguém. E só acaba quando a Rússia obtiver tudo o que a levou a enviar tropas para a Ucrânia. A Europa nada pode fazer a não ser gastar dinheiro estupidamente. O nosso principal problema é a habitação. Quantos fogos não se construiriam com o dinheiro a ser mandado para a Ucrânia? Quantos sem abrigo não tiraríamos das ruas com uma pequena parte desse dinheiro? Quantos médicos e enfermeiros não se contratariam para o SNS? Dentro de semans há eleições para a AR. Não haverá pelo menos um partido que veja as coisas assim e no qual possamos votar?
Portugal deveria manter-se afastado desta guerra. Somos umas formigas ao pé da Rússia (com a qual nunca tivemos nenhum conflito aberto no passado). Será que os nossos políticos não aprenderam com a enorme asneira que foi metermo-nos na 1ª Guerra Mundial? (Culpa doutro Costa, por sinal, Afonso Costa…) Quem esquece a História está condenado a repetir os erros do passado. Um soldado português na Ucrânia é sinal verde para os Russos nos atacarem no nosso território… Pensem nisso. A Itália, um país muito mais poderoso do que nós, quer manter-se afastada da tal força aliada no terreno. Aprendam com eles…
Quem esquece a História está condenado a repetir os erros do passado… Tem toda a razão!!
Devia voltar a 1807 e perguntar aos Ingleses porque enviaram tropas para nos ajudar contra Espanhóis e Franceses e depois apenas Franceses. Aliás, essa é a pergunta que deveria ser feita aos 43% de acéfalos que discordam do envolvimento de Portugal.
Ajudar? Envolvermo-nos? Participar? Nahhhhh…….!!!!
Porreiro é ter quem nos ajude quando nós precisamos.
Só um acéfalo é que poderá julgar que aquele atoleiro tem solução à vista. Aquilo é como querer arrancar um cabrito dos dentes de um jacaré. Aquele psicopata e outros iguais que o rodeiam não vão largar a presa. Têm todo o tempo do mundo e um imenso arsenal nuclear, para além da mentalidade criminosa. Ainda por cima, agora, com a ajuda do camarada Trump! Só por um milagre. Só se houvesse um golpe de Estado na Rússia, que desse cabo de Putin e seus capangas, tal como aconteceu aqui, com o 25 de Abril, é que poderia haver alguma esperança daquela guerra terminar. A independência da Ucrânia em 1991 e a tal revolução em 2014 foram erros crassos. Deveriam ter tido mais paciência, esperar pela morte ou deposição do Putin. Mais valia terem sido russos por mais algum tempo, em vez de terem levado com esta guerra terrível para eles e para a Europa.
“Coligação dos Interessados” é realmente um nome que lhe assenta como uma luva. Uma espécie de matilha de hienas à espera da carnaça que hão-de repartir quando chegar ao momento da reconstrução. Nada de novo. Mas creio que já chegam tarde, já que o Keir Starmer já se adiantou na conversa com o Zelensky.
O galinheiro Europeu no seu melhor.
Os EUA que mandem para lá tropas, já que foram eles, a par de Putin, os principais responsáveis por esta guerra estúpida. Há anos que andavam a espicaçar a Rússia. E o outro contentíssimo por ter um motivo para invadir a Ucrânia.
O envio de tropas unidas sob a bandeira de uma coligação, não deveria ser considerado apenas num cenário de manutenção de paz, mas no cenário atual. De guerra!! Para que não restem dúvidas: Sim… era mesmo para expulsar ou matar até ao último Russo invasor em solo Ucraniano.
Queiram ou não. Gostem ou não. Seja popular ou não, esse seria o cenário em que a guerra terminaria mais rapidamente. A não ser que sejam suficientemente néscios para acreditar que a Rússia entraria em guerra com 30 ou mais, países em simultâneo.
Infelizmente existe muitas pessoas a pensar desta forma. Completamente desfasados da realidade e sem dois dedos de testa, provando que a população estava cada vez mais burra. AT você diz-se conhecer a história, já agora lanço-lhe o desafio, visite o tema da guerra do Afeganistão no tempo em que estavam lá os Russos a defender o governo Afegão e os bons do Americanos a defender os Talibãs, pergunte às mulheres que lá vivem como terminou essa guerra, e já agora quando mais tarde foram os americanos a irem para lá, já foi justo não foi. Olhe para o Iraque e a narrativa que os americanos arranjaram para atacar o país, porque não fomos nós europeus defender os Iraquianos?
Afeganistão… Russos… Americanos… Talibãs… Iraque….
O amigo parece um Ilusionista de Circo. Olhem para o monte de texto desprovido de nexo ou valia para este assunto, mas não olhem para o assunto se faz favor, caso contrário lá se vai o truque.
Desfasado parece-me estar o Sr. mas eu ajudo: A Rússia invadiu um pais vizinho, soberano e perfeitamente livre para legitimamente traçar o seu próprio caminho na cena internacional. Seja para aderir à NATO, UE ou o que quiserem….. Já o Sr. e pessoas como o Sr., acham mal ajudar o agredido e andam pelas redes sociais a defender direta ou indiretamente, a posição do agressor.
É só isto! O resto é diarreia verbal para confundir simplórios.
Muito bem. Aconselho-o a pegar numa espingarda e ir para a Ucrânia matar russos. Mas antes de ir diga à família em que cemitério quer ser sepultado…
Se preciso for, sim, pego numa arma e vou para onde for preciso defender, quem sabe, a SUA liberdade.
Já o Sr. pode ficar em casa. Levante os pés e veja o que se passa pela TV. Não se pode pedir a todos os cidadãos do sexo masculino, que sejam Homens!
Apenas diga-me, sff: se nem os ucranianos que estão a trabalhar nas obras retornam para lutar na guerra, por que eu deveria ir?
Estive em Angola, de 1966 a 1968, como oficial miliciano. Eu sei o que é uma guerra, o AT só vê filmes com super heróis…
Ao reler o conjunto dos comentários aqui feitos tenho de concluir que foram precisos três anos, mas finalmente começa a haver pessoas em Portugal que perceberam o que se está a passar na Ucrânia. Sem ilusões sobre a bondade do governo russo temos de concordar que as provocações de que a Rússia foi alvo, no respeitante às decisões da NATO e às políticas de opressão dos russos na Ucrânia, só poderiam levar a um conflito. Um conflito que deveria ter ficado limitado a esses dois países e no qual nunca nos devíamos – Europa – ter metido. A capacidade da Europa poder ter uma voz nas relações internacionais futuras passa pela consolidação da sua unidade – num quadro confederal – e por uma forte cooperação (mas não dependência) com a Rússia. A nossa interferência no conflito ucraniano tornou esses dois objetivos muito mais difíceis. Era bom que nas próximas eleiçõesconseguíssemos eleger quem percebesse isto tudo.
A Europa não se devia ter metido na guerra da Ucrânia? Bem, então suponho que os EUA naõ se deviam ter metido na 1ª GM nem na 2ª. E hoje estaríamos todos a falar alemão (ou então russo).
Se a Alemanha e a Áustria-Hungria tivessem ganho a Primeira Guerra Mundial não teria havido Hitler, não teria havido Partido Nazi e não teria havido o Holocausto. Muito obrigado, Estados Unidos da América, por terem tornado possíveis esses desastres.
Se o teu pai não se tivesse esquecido de usar o preservativo na noite em que travou conhecimento carnal com a tua mãe, tu não terias nascido, não dirias disparates e não teríamos que os ler. Muito obrigado, senhor Cardoso da Silva Sénior, por ter tornado possível todos esses desastres.