As autoridades moçambicanas registaram esta quinta-feira 353 novos casos de cólera no centro do país, aumentando para 2094 o registo de pessoas que já foram infetadas pelo surto que se seguiu ao ciclone Idai.
O número de novos casos tinha abrandado na quarta-feira, mas voltou a crescer. A condição já causou três mortes, com 94% de doentes curados.
Uma campanha de vacinação contra a cólera arrancou na quarta-feira e prevê abranger 884 mil pessoas com uma vacina oral que tem uma eficácia superior a 80%, anunciou o governo moçambicano.
Em Moçambique, segundo dados do Instituto Nacional de Gestão de Calamidades, a passagem do ciclone Idai terá afetado 1,4 milhões de pessoas, provocando pelo menos 598 mortos e 1641 feridos.
A cólera é provocada pela bactéria Vibrio cholerae, transmite-se pelo consumo de água e comida contaminadas, manifesta-se sob a forma de diarreia infecciosa e pode matar em apenas algumas horas.
Ainda no início da semana chegaram ao país 900 mil unidades de vacinas orais contra a cólera, parte de um campanha de vacinação promovida pela Organização Mundial de Saúde (OMS). David Wightwick, líder da operação da OMS na Beira, afirma que estas vacinas “devem atenuar o pico deste surto”. A vacinação arrancou esta quarta-feira.
O Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) informa que foram estabelecidos 11 centros de tratamento da cólera, mas apenas nove deles estão operacionais, na Beira e noutras localizações.
“A cólera é o nosso desafio mais imediato“, afirmou David Wightwick, sublinhando que, aliada à desnutrição e à escassez de alimentos, podem ser um cocktail fatal nesta situação. Mas para Wightwick, também é prioritário conter outras doenças como a malária.
ZAP // Lusa