A concentração de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera atingiu, em maio, o nível mais alto de sempre, anunciaram cientistas da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos Estados Unidos.
Em maio, a concentração de dióxido de carbono na atmosfera atingiu o nível mais alto de sempre. Segundo cientistas da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos Estados Unidos (NOAA), o pico atingiu as 417,1 partes por milhão, superior ao registado em maio do ano passado, e apesar do abrandamento das emissões de CO2 devido à pandemia de covid-19.
De acordo com a equipa de investigadores da NOAA e da Universidade da Califórnia, o valor máximo de CO2 na atmosfera foi, este ano, 2,4 partes por milhão superior ao pico de 414,7 partes registado em maio de 2019.
Os valores mensais de CO2 em Mauna Loa, no Hawaii, ultrapassaram pela primeira vez o limiar de 400 partes por milhão em 2014, estando agora em níveis que não eram atingidos na atmosfera há vários milhões de anos.
“Os progressos na redução de emissões não são visíveis nos registos de CO2”, diz, citado na informação oficial, Pieter Tans, cientista da NOAA. “Continuamos a comprometer o nosso planeta”, com mais aquecimento global, com mais subida do nível do mar e com mais fenómenos meteorológicos extremos.
Os responsáveis advertem que se os humanos deixassem agora de emitir CO2 seriam precisos milhares de anos para que as emissões fossem absorvidas pelos oceanos e os níveis de dióxido de carbono regressassem a valores pré-industriais.
O aumento de CO2 na atmosfera não parece refletir a redução de emissões poluentes provocada pelo abrandamento de atividade a que a covid-19 obrigou, mas os cientistas explicam que a queda de emissões teria de ser muito maior.
A equipa acrescenta que é preciso ter em conta variações naturais, desde logo a forma como as plantas respondem às variações sazonais e anuais das temperaturas. Com uma redução de emissões entre 20% a 30% durante seis meses a um ano poderia ser visível um abrandamento.
Embora as plantas e os oceanos absorvam cerca de metade dos 40 mil milhões de toneladas de poluição por CO2 emitidas pelos humanos em cada ano, a taxa de aumento de CO2 na atmosfera tem vindo a acelerar constantemente.
// Lusa