A justiça australiana condenou um clube de futebol a pagar 3,8 milhões de dólares – cerca de 3,5 milhões de euros – por não ter protegido um atleta menor de abusos sexuais. É a maior indemnização a uma vítima de pedofilia, concedida na Austrália.
Adam Kneale foi violado entre 1984 – quando tinha 12 anos – e 1990, nas instalações do clube Western Bulldogs, por Graeme Hobbs, que era o treinador e um conhecido angariador de fundos para a organização.
O queixoso alegou que o clube tinha responsabilidade indireta por este abuso sexual porque permitiu a Hobbs, falecido em 2009, um acesso especial ao menor e às instalações desportivas dos Western Bulldogs.
Além disso, a vítima, atualmente com 51 anos, fez outras reivindicações financeiras na ação intentada nos tribunais australianos no ano passado, alegando que os Western Bulldogs não o abordaram quando a violação foi tornada pública na década de 1990.
Em 1993, Kneale denunciou Hobbs à polícia de Melbourne, capital de Victoria, o que levou a um processo que resultou na prisão do agressor e de outro homem por uma série de crimes, incluindo o envolvimento numa rede que entregava a vítima a outros pedófilos para ser abusada.
No ano seguinte, Hobbs declarou-se culpado de violar Kneale, embora os Western Bulldogs tenham negado qualquer conhecimento do crime.
O júri composto seis membros do Supremo Tribunal de Vitória disse, no veredito, que “houve negligência” por parte do clube, condenando-o a pagar 3,8 milhões de dólares.
Esta é a maior indemnização concedida na Austrália a uma vítima de pedofilia.
O veredito faz dos Western Bulldogs o primeiro clube de futebol australiano a indemnizar um sobrevivente de abuso sexual, indicou a agência de notícias australiana AAP.
O futebol australiano é o desporto mais popular do país, que possui alguns elementos do futebol tradicional e se assemelha mais ao râguebi.
ZAP // Lusa