Claudia Sheinbaum é a primeira mulher presidente do México (mas votou noutra candidata)

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Milton Martínez / Secretaría de Cultura de la Ciudad de México

Claudia Sheinbaum vence eleições no México

Candidata do partido no poder não deixou dúvidas nas eleições, chegando aos 60%. Curiosamente, a vencedora escolheu outra candidata.

A candidata do partido no poder (esquerda) no México, Claudia Sheinbaum, venceu as eleições presidenciais por ampla margem no domingo.

Já foram divulgados os primeiros resultados oficiais, pelo Instituto Nacional Eleitoral (INE) mexicano.

A antiga presidente da Câmara da Cidade do México recebeu entre 58% e 60% dos votos, bem à frente da rival da oposição, a ex-senadora de centro-direita Xochitl Galvez, que recebeu entre 26% e 28% dos votos nesta eleição. O centrista Jorge Alvarez Maynez recebeu entre 9% e 10% dos votos.

“Não vou desiludir-vos”, prometeu a Presidente eleita do México, nas primeiras declarações a um canal de televisão, depois de os primeiros resultados parciais terem sido anunciados pelo INE, que a colocavam bem à frente. É um dia “histórico”.

“Vou tornar-me a primeira mulher presidente do México”, disse aos apoiantes, anunciando que o partido, o Movimento para a Regeneração Nacional (Morena), tinha obtido uma “maioria qualificada” no Congresso.

“Pela primeira vez em 200 anos de República, haverá uma mulher presidente e ela será transformadora. Obrigada a todos os mexicanos. Hoje mostrámos com o nosso voto que somos um povo democrático”, escreveu Claudia Scheinbaum numa mensagem publicada na rede social X.

Claudia Sheinbaum tem 61 anos, formada em engenharia energética, faz parte do partido Morena, partido pelo qual foi presidente na capital entre 2018 e 2023. Tinha sido Secretária de Estado do Ambiente – um tema ao qual se tem dedicado muito, enquanto académica.

A futura presidente admitiu que não votou em si própria; preferiu votar numa veterana esquerdista de 93 anos, Ifigenia Martinez, em reconhecimento da sua luta. “Viva a democracia!”, disse na altura.

A eleição de uma Presidente seria um enorme passo num país com níveis alarmantes de violência baseada no género, incluindo com altas taxas de homicídios e de outros tipos de crimes violentos cometidos contra as mulheres.

Pelo menos 222 locais de voto estiveram encerrados nas eleições de domingo no México, devido a problemas de segurança ou conflitos sociais, afetando cerca de 120 mil eleitores, informou o INE.

A campanha ficou marcada por uma vaga de violência, com o Governo a reconhecer o assassínio de 22 candidatos, embora grupos independentes apontem para cerca de 250 homicídios políticos, incluindo assessores, funcionários, familiares e vítimas colaterais.

No dia das eleições, neste domingo, estiveram junto às urnas milhares de soldados, para proteger os eleitores.

Agora, nas horas seguintes ao fecho das urnas, há milhares de mexicanos a celebrar na rua, a cantar e dançar, e a agitar bandeiras.

ZAP // Lusa

1 Comment

  1. “A campanha ficou marcada por uma vaga de violência, com o Governo a reconhecer o assassínio de 22 candidatos, embora grupos independentes apontem para cerca de 250 homicídios políticos, incluindo assessores, funcionários, familiares e vítimas colaterais.”

    Sabem qual é a orientação religiosa desta senhora? Começa por J.
    Num país em que a grande maioria da população é cristã,..
    Nada estranho.

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