Cinco partidos abandonaram debate sobre futuro da Baixa de Lisboa

Mário Cruz / Lusa

Carlos Moedas, presidente da Câmara Municipal de Lisboa

Preparação para e reunião na Assembleia Municipal de Lisboa teve um “lapso”: não leram o documento antes do debate.

Fim da protecção no arrendamento em 2023, possível despejo de lojas históricas e de entidades culturais, menos habitantes, alterações demográficas, especulação imobiliária, crescimento do turismo e impacto da pandemia.

Foram estes os temas principais à volta da reunião desta terça-feira, na Assembleia Municipal de Lisboa sobre o futuro da Baixa Pombalina, a Baixa de Lisboa.

Diogo Moura (CDS-PP), vereador da Cultura da Câmara Municipal de Lisboa, não escondeu que mais de 100 lojas foram encerradas naquela zona, nos últimos anos, por causa da COVID-19.

“Todos os problemas aqui identificados que aconteceram ao longo destes anos na Baixa são resultado de uma má política de cidade desenvolvida pelo executivo anterior”, defendeu a vereadora do Urbanismo da Câmara Municipal de Lisboa, Joana Almeida, direccionando as culpas para Fernando Medina e para os restantes elementos do Partido Socialista (PS).

A reunião foi pedida por dois deputados independentes do Cidadãos por Lisboa (eleitos pela coligação PS/Livre). Contou com a presença de deputados de PS, Partido Comunista Português, Bloco de Esquerda, Iniciativa Liberal, Partido Ecologista “Os Verdes”, Pessoas–Animais–Natureza e Livre.

Não contou com os deputados de cinco partidos: os da coligação formada por Partido Social Democrata, CDS – Partido Popular, Partido da Terra e Partido Popular Monárquico, além dos deputados do Chega.

Esta ausência deve-se, informa o Diário de Notícias, a um “lapso” nos serviços da Assembleia Municipal: o documento que serviu de base para este debate não foi entregue a todos os partidos.

A apresentação do documento não é obrigatória e, por isso, a reunião concretizou-se, mesmo assim.

Mas os deputados dos outros cinco partidos abandonaram a sessão: “O debate está prejudicado por falta desta informação”, lamentou Luís Newton, do PSD, que ainda pediu o adiamento da discussão, antes de sair.

Quem também não esteve foi Carlos Moedas, presidente da Câmara Municipal de Lisboa.

“Tem outros compromissos mais importantes do que o futuro da Baixa Pombalina de Lisboa?”, perguntou o independente Miguel Graça. A sua ausência “não significa que não esteja empenhado; está totalmente empenhado em cuidar e intervir na cidade e na Baixa”, respondeu a vereadora e sua representante, Joana Almeida.

Num total de 75 deputados estiveram presentes 47. Havia quórum e foi aprovada uma recomendação do Livre para um plano estratégico tendo em vista o futuro da Baixa de Lisboa.

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

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